O secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, garantiu aos deputados da Frente Parlamentar Pró-VLT que o governo está unido a eles no objetivo de encontrar a melhor saída para a conclusão da obra e que irá colaborar fornecendo todos os dados que forem solicitados. “Acabou-se a era em que decisões de governo ocorriam após as onze da noite em gabinetes trancados. Agora, as coisas ocorrem às claras. Saibam que, para todas as informações que essa frente precisar, bastará enviar ofício ao governo. E, nas discussões, contem com a nossa participação”.
O grupo foi instalado, ontem, na Assembleia Legislativa. No discurso aos parlamentares, Paulo Taques fez a ressalva de que, para terminar a obra, é preciso passar a limpo tudo o que foi feito na gestão anterior. “Essa frente é muito importante, mas simplesmente dizer 'vamos olhar adiante e esquecer o que passou' é brincar com o cidadão mato-grossense. Só se constrói o futuro corrigindo os erros do passado”.
O consórcio responsável pelo VLT venceu a licitação por R$ 1,447 bilhão. Deste total, R$ 1,066 bilhão já foi pago. Agora, as empresas cobram ao menos mais R$ 800 milhões para finalizar a obra, que deveria ter sido entregue em junho de 2014, antes da Copa do Mundo, mas está parada.
Diante desse cenário, a atual gestão encomendou um estudo para analisar impacto, custos, concessão e tarifa. A primeira etapa do trabalho, realizado pela consultoria KPMG, é aguardada para a próxima sexta-feira (18). Já a última fase do estudo está prevista para março de 2016.
“O governador Pedro Taques só vai colocar recurso público no VLT quando tiver segurança daquilo que foi gasto, de quanto precisamos gastar e quanto o usuário vai pagar para poder andar de VLT“, afirmou o secretário-chefe da Casa Civil.
Durante o pronunciamento, o secretário pediu licença aos deputados para ler o trecho de um discurso do governador Pedro Taques. “’O veículo leve sobre trilhos pode ser limpo, mas hoje ele não é o mais viável para Cuiabá. O BRT é o melhor transporte para a capital nesse momento que estamos vivendo. É preciso perguntar: quanto foi pago pelo VLT? Qual é o contrato? Como vai ser o sistema de concessão? Quanto vai custar a passagem? Vai precisar de subsídio das prefeituras de Várzea Grande e Cuiabá?' Eu ouvi essas perguntas hoje aqui. Mas essa fala é do então senador Pedro Taques em junho de 2011”.
Durante seu mandato no Senado, o governador Pedro Taques enviou mais de 20 ofícios a autoridades questionando a escolha do modelo do VLT, muito mais oneroso. “Quem mudou o BRT, que custava R$ 490 milhões, para o VLT, que já consumiu R$ 1 bilhão? Digitem no Google. Vamos ver o que vamos encontrar e aí vamos responder à pergunta que fiz no início: onde nós estávamos quando tudo isso começou?”, questionou Paulo Taques.