O secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, recebeu a notícia da aposentadoria e retorno à vida política do presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), Antônio Joaquim, com “muito bons olhos”. O conselheiro atualmente é filiado ao PMDB, partido que faz oposição ao governador Pedro Taques (PSDB). Além disso, Taques disse que a decisão do conselheiro é digna de elogio e avaliou como um “ato de coragem”.
O secretário-chefe falou sobre o assunto após ter sido questionado pela reportagem de A Gazeta. “Quando estava eu, o governador Pedro Taques e ele [Antônio Joaquim], eu disse: Essa decisão é digna de elogio. Pois a experiência que ele tem de gestor público e homem público, por si só, já o autoriza a vir engrandecer o debate político”, respondeu Paulo Taques.
O gestor estadual disse ainda que a notícia – da aposentadoria de Joaquim, no ano que vem e o seu retorno à política em 2018 – já havia sido contada pelo próprio conselheiro. “Ele nos contou sobre essa intenção no Palácio Paiaguás há alguns meses. Na ocasião, o governador disse também: nós fazemos voto para que o senhor venha para a política, porque a experiência que o senhor tem e a forma que participou da vida pública engrandecerá o mundo político aqui fora”, comentou vida pública é um ato de coragem: “vejo com muito bons olhos a vinda dele para o cenário político. Isso falo também de qualquer outro cidadão que se interesse pela política, pois é um ato de coragem. Essas pessoas que põem seus nomes à disposição merecem elogios”.
Questionado sobre os comentários e avaliações pessoais do presidente do TCE sobre a paralisação das obras do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) – que Taques havia criticado no mês de setembro – o secretário preferiu um discurso ameno. “Como eu disse anteriormente, acredito que a nova postura do TCE é absolutamente correta e merece o nosso elogio. Isso é papel do tribunal, pois o TCE tem feito auditorias em tempo real na nossa gestão. Isso é bom porque ela indica erros logo quando estão ocorrendo. É altamente benéfico – lá atrás, no passado – sem querer ficar reclamando e lembrando disso – foram cometidos erros. Acredito que se essa nova gestão inaugurada pelo Tribunal tivesse sido adotada naquela época, isso iria impedir erros como do VLT. Com as auditoria em tempo real, vamos corrigir erros que eventualmente nossa gestão possa incorrer”, avaliou
Na ocasião, setembro passado, Paulo Taques questionou as razões ‘ocultas’ das críticas do conselheiro ao VLT. “Eu gostaria de saber se quem está fazendo essas reiteradas críticas ao Governo é o conselheiro ou o pretenso candidato ao Palácio Paiaguás em 2018. Entendo que o conselheiro tem todo o direito de querer voltar para a política eleitoral, mas que, então, ele deixe seu cargo para fazer um debate franco. O que não se pode, e quero crer que isso não esteja acontecendo, é ele usar a instituição para subir no palanque e potencializar seu discurso”
Em recente entrevista à Gazeta, Antônio Joaquim negou que usou ou usará o atual posto para fazer política partidária. “Jamais irei macular esse órgão e não me vão me ver fazendo política enquanto aqui estiver. Ninguém me verá em comitês, pedindo voto para esse ou aquele”.