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Parlamentares criticam professora que atacou pioneiros e produtores em audiência pública na Câmara de Sinop

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Só Notícias (foto: reprodução - atualizada 09:04h em 16/8)

Lideranças políticas em Sinop e região reagiram, com duras criticas, as declarações da professora universitária Lélica Elies Pereira de Lacerda, feitas na última sexta-feira, na tribuna da Câmara de Sinop, com ataques aos pioneiros que fundaram a cidade, no início da década de 70.

Lélica se pronunciou durante a audiência pública da câmara, convocada pela vereadora professora Graciele Santos (PT), para debater projeto de reforma administrativa. “A gente vê sinais de um um novo tempo. Nós estamos aqui numa câmara, em Sinop, capital do agronegócio de fato”, começou seu discursou, onde comete equivocou porque Sinop é considerada capital do Nortão. Sorriso é a capital do agronegócio.

“Nunca tinha vindo pra Sinop e, no caminho pra cá, fiquei bastante desconcertada de ver como os homens brancos conseguem ser absolutamente incompetentes e não ter autocrítica nenhuma sobre eles, né. Eles constituíram um modo de produção que está acabando com a humanidade, nós estamos numa crise econômica, numa crise política, numa crise ética, numa crise estética, numa crise ambiental, numa crise sanitária. Tudo isso porque o mundo foi submetido ao projeto de meia dúzia de homens brancos que se deram ao direito de submeter a economia global aos interesses girando em torno do seu umbigo”, discursou.

“Não importa que não esteja chovendo, tem que queimar o pantanal. Não importa que não tenha oxigênio para as pessoas lá em Manaus, tem que continuar privatizando o SUS. Então a gente vive um mundo em colapso e o colapso desse mundo significa o colapso do poder capitalista, do poder branco patriarcal. Nosso país, originalmente, temos 10 mil anos de vida de povos indígenas aqui no nosso território em plena harmonia com a natureza. Não tinha destruição ambiental, não tinha gente passando fome, não tinha gente sem casa. Todo mundo conseguia viver na natureza, harmonicamente, tirar da natureza o que precisava para poder se manter”, afirmou a professora, lotada na UFMT em Cuiabá, e que atua na área social.

“A história de Sinop, gente, significa Sindicato (sic) Imobiliário do Noroeste do Paraná. Sinop é em si o nome do poder colonial que desconsiderou a existência de pessoas nessa terra, indígenas, quilombolas, ribeirinhas”. “Porque existe uma compreensão de supremacia racional, a elite branca, capitalista olha para os povos indígenas e o povo negro e os tem como bárbaros, como menos humanos. E, na medida em que o homem branco desumaniza a mulher, coloca a mulher como seu bibelozinho, um animal doméstico para procriação e cuidado das crias”, “se dá o direito de tratar a natureza como uma coisa quando, na verdade, a natureza tem as suas necessidades para seguir constituindo a própria vida humana”, atacou.

A professora cometeu outro equívoco em seu discurso ao explicar o significado da sigla Sinop. Na realidade é Sociedade Imobiliária Noroeste do Paraná e não sindicato.

As declarações de Lélica foram atacadas pelo vereador e professor Hedvaldo Costa. “Me sinto ofendido e indignado”. “A professora fez uso da palavra xingando as pessoas brancas, xingando os colonizadores, dizendo que entraram aqui em Sinop e região Norte como predadores e destruidores. Essa cidade é o que é porque os pioneiros amassaram barro e comeram poeira”. “É falta de respeito do uso do poder legislativo de Sinop, uma falta de respeito muito grande com quem veio” de diversos Estados “para cá para tentar conseguir dignidade, estabilidade para sua família, para tentar arrumar emprego, sobreviver”. “Denegriram a imagem das pessoas com palavras racistas. Eu não sei o que essa gente quer, se é fazer algum protesto ou transformar o Brasil numa Venezuela”. “Por que a senhora não foi dar aulas lá na Venezuela, lá em Cuba, ou em uma cidade pobre ?”, questionou Hedvaldo. “Pra UFMT vir (para Sinop) muita gente pioneira ralou, brigou e lutou para trazer a universidade onde a senhora tá dando aula hoje”, recordou.

O deputado estadual Gilberto Cattani (PSL) disse que tomará providências. “Fico triste em saber que uma professora cometeu tamanho disparate” em “ofender, denegrir, ameaçar e achincalhar o agronegócio do Estado. Ela não parou por aí. Essa senhora cometeu atos de racismo na Câmara Municipal de Sinop, separando a raça do homem branco das outras raças. Essa senhora cometeu atos inomináveis contra as pessoas que chegaram em Sinop e desbravaram o Norte de Mato Grosso. Essa pessoa agrediu a própria cidade de Sinop e todos os seus pioneiros. Mas não se ateve só a Sinop, a todas as pessoas que desbravaram o Estado de Mato Grosso, inclusive os mato-grossenses natos”, disse o deputado. “Quando essa esquerda nefasta comete esse tipo de crime, ninguém faz nada. Mas nós vamos fazer !”. “Isso não vai ficar impune”. “Essa senhora vai responder pelos crimes que cometeu na Câmara de Sinop e a vereadora junto com ela”, concluiu o deputado.

O vereador Adenilson Rocha (PSDB) rebateu dizendo que a professora “precisa aprender a respeitar. É uma palavra que a senhora desconhece” e “respeite o suor de cada pessoa que ajudou a construir Sinop e o Estado de Mato Grosso. Não temos medo desses discursinhos que não somam nada”.

 

 

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