O vereador Lourisvaldo Manoel de Oliveira, o Fulô (PMDB), quer que a Polícia Federal e o Ministério Público investiguem os motivos da renúncia do mandato do vereador Márcio Bertoni, protocolada na terça-feira, e lida na sessão de ontem. Fulô disse que há indícios de que o mandato do vereador teria sido comprado por R$ 50 mil. “Eu acredito que isso deve ter ocorrido pois pessoas idôneas desta cidade me falaram isso, inclusive os valores”, denunciou o vereador ontem, durante a sessão. O vereador Fulô fez, na sessão de ontem, um discurso sobre o assunto que foi transmitido ao vivo, pela Rádio Clube.
O vereador ainda disse que há alguns meses o vereador Bertoni chegou a falar em renunciar. “Eu mesmo e o vereador Ananias conseguimos convencê-lo de voltar atrás e ele acabou entrando com o pedido de licença naquela época”, disse o parlamentar. Fulô, por outro lado, afirmou que não sabe responder quem comprou. “Eu, sinceramente, não sei quem compraria e nem a quem isso interessaria”, disse o parlamentar.
Fulô declarou que está decepcionado com a decisão do vereador. “Eu já tinha visto aqui vereador que falsificou contrato imobiliário para passar terreno para o seu nome. Que gravou uma fita pedindo para tirar o seu nome da CPI e depois gastaram o salário de vereador para pagar advogado e garantir o mandato; vender o mandado é um absurdo”, criticou Fulô.
Ele lembrou ainda que quando Bertoni foi para o PMDB, no ano passado, havia conversado com o parlamentar e desaconselhado o vereador a mudar de partido. “Tinha avisado ele, com relação a essa questão da fidelidade partidária”.
A vereadora Mariuva Valentin Chaves, atual líder da bancada do PMDB, não entrou nesse angulo do assunto. Ela explicou que o partido respeita a decisão tomada por Bertoni em renunciar. A vereadora disse ainda que a sigla vai apoiar o vereador e inclusive apoiá-lo caso ele queira ser candidato no ano que vem. “Nós lamentamos, mas temos que entender que essa é uma decisão pessoal dele e vamos sim respeitá-la da maneira que deve ser”, amenizou a vereadora.
Ela ainda explicou que o fato do partido ter perdido um parlamentar na formação do atual quadro de vereadores, isso não vai, de maneira alguma, mudar a rotina do trabalho dos parlamentares do partido. “Mantemos a mesma postura, mesmo sendo três vereadores”, completou Mariúva.
O presidente da Câmara de Vereadores, Ananias Filho (PR), disse que a decisão de renunciar ao mandato, do vereador Márcio Bertoni (PMDB), foi totalmente pessoal. “Desconheço outros interesses”, disse o parlamentar contrapondo o discurso de Fulô. Filho explicou ontem que o posicionamento de Fulô é típico de quem perdeu um colega de partido. “A decisão do Márcio Bertoni em renunciar foi totalmente pessoal e, com certeza, por motivos particulares”, disse o presidente da Câmara.
Ele afirmou que fica triste com a situação, mas lembrou que o próprio vereador Márcio Bertoni não se mostrava disposto a continuar. “Ele faltou nas primeiras sessões do ano, estava evitando o plenário, pelo que eu sei ele mesmo não queria mais”, salientou.
Sobre o fato do vereador Fulô querer que a PF e o MP investiguem a renúncia, Ananias Filho foi bem claro. “Basta o Fulô ir lá e fazer a denúncia e, lógico, que ele terá que provar, nem precisa a mesa diretora fazer isso”, afirmou.
O vereador Zé Márcio Guedes (PR) criticou a “politização” da renúncia de Bertoni. “O PMDB quer fazer de um limão uma limonada”, resumiu o vereador.