A paralisação da obra do Rodoanel já tem levado a Agência de Execução da Copa do Mundo (Agecopa) a pensar em novas estratégias para desafogar o trânsito de veículos pesados com vistas a 2014. Com início em 2007, a previsão de entrega estava prevista para dezembro de 2013. Porém, paralisada há 2 anos, a conclusão da obra agora está programada para o final de 2015 a partir da retomada dos trabalhos.
Resultado de um convênio da Prefeitura de Cuiabá com o Governo Federal na ordem de R$ 42 milhões, a conclusão do Rodoanel era a aposta para solucionar o problema do tráfego de ônibus, treminhões e caminhões que costumam sair de municípios do interior para desenvolver alguma atividade comercial em Cuiabá.
Sem muitas opções, o presidente da Agecopa, Yênes Magalhães, já faz estudos para identificar novas alternativas. "Uma das possibilidades é transferir essas atribuições à Rodovia dos Imigrantes, mas ainda precisa de muita discussão com o município e órgãos do Governo Federal para chegarmos a um consenso", afirmou.
No entanto, a Rodovia dos Imigrantes carece de infraestrutura e é considerada uma das vias que se encontra em situação mais crítica em Mato Grosso e não permaneceu na lista de obras prioritárias do Governo do Estado nos últimos anos. Buracos e falta de sinalização são alguns dos problemas registrados no trecho, que é mais conhecido pelo excesso de acidentes do que uma solução aos caminhoneiros. "A princípio é uma opção viável que vai necessitar de investimentos para recuperação, mas nada está acertado, o resultado final vai depender de um consenso que envolverá Agecopa, município e Governo Federal", declarou Yênes Magalhães.
Por outro lado, Luiz Antônio Pagot, Diretor Geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) está confiante na retomada dos trabalhos no Rodoanel e já prevê alternativas para a obra ganhar mais celeridade. "Uma das opções viáveis é a divisão por lotes, o que vai garantir a participação de mais empreiteiras. Assim, ganharemos uma previsão mais otimista que seria dezembro de 2013, o que levaria o Rodoanel a ser uma opção para desafogar o trânsito de Cuiabá em 2014", comentou.
A recente duplicação da MT-251, que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães, provocou a necessidade de revisão do projeto a ser executado no Rodoanel. "Haverá uma revisão com relação ao licenciamento ambiental e as desapropriações antes de realizarmos uma nova licitação. Por isso mesmo, entendo que o mais prudente é ampliar a participação de empreiteiras", explica Pagot.
Desde que foi iniciado, apenas 10 dos 39,7 quilômetros necessários para conclusão do Rodoanel foram executados. A empreiteira Conspavi, responsável pelas obras, ingressou com pedido de recuperação na Justiça para evitar a falência. Uma das alegações é que não tem recebido o repasse financeiro da Prefeitura de Cuiabá, mesmo com serviços prestados.
O convênio do município mantido com o Dnit venceu há 2 meses e uma nova licitação será feita. Neste imbróglio, uma das opções é o órgão do Governo Federal assumir a responsabilidade pela nova licitação e conduzir as obras.
Uma das suspeitas no levantamento feito por técnicos do Dnit é quanto ao pagamento a serviços que não foram executados e superfaturamento de materiais que pode ultrapassar R$ 10 milhões. Para reiniciar as obras será necessário acrescentar mais dinheiro diante da tabela defasada de preços, o que pode elevar o gasto para mais de R$ 60 milhões. O Rodoanel é uma obra estrutural de 39,7 quilômetros que começa no rio Cuiabá, na localidade do Sucuri e contorna a cidade até chegar a BR-364, nas proximidades da saída para Rondonópolis.