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Palocci será intimado pela CPI dos Bingos

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O ministro Antonio Palocci (Fazenda) compareceu ao Senado munido de dois objetivos: confirmar que fica no governo e evitar a convocação para depor numa CPI. Foi confirmado no cargo. Mas será forçado a depor na CPI dos Bingos.

Ouvidos pelo blog, líderes da oposição informaram na noite passada que levarão a voto na próxima semana, provavelmente na terça-feira, o requerimento de convocação do ministro. Será aprovado. Os oposicionistas são maioria na CPI.

Penúltima senadora a inquirir Palocci, a senadora Ideli Salvati (PT-SC) informou ao ministro: “O senhor será convocado pela CPI. Sugiro que se antecipe”. Passava da uma da manhã. E Palocci: “Se eu tiver que apanhar um pouco mais, essa será a minha contribuição nesse processo.”

Ao arrastar Palocci para a CPI, a oposição dá seqüência à estratégia de fragilizar a autoridade do ministro. “Ele tentou fazer um grande teatro. Queria dar o assunto como encerrado. Mas nós vamos intimá-lo”, disse ao blog o senador Jorge Bornhausen (SC), presidente do PFL.

“Nós transformamos o depoimento dele numa sessão burocrática”, ecoou José Agripino Maia (RN), líder do PFL no Senado. “Agora vem a CPI. Só não faríamos a convocação dele se fôssemos um bando de poltrões. Ele mesmo disse que está à disposição.”

Embora sejam menos enfáticos quanto à necessidade da convocação de Palocci, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) acham que a providência tornou-se “inevitável”. Até José Sarney (PMDB-AC) dá a ida de Palocci à CPI como favas contadas.

O líder do governo no Senado, Aloisio Mercadante, reagiu com indignação à manobra da oposição. Disse que foi negado a Palocci ontem “o direito ao contraditório, básico em qualquer democracia”. Ele avalia que a estratégia pode resultar em prejuízos à economia.

A oposição dá de ombros. Escuda-se na avaliação de parte do empresariado. “A saída do ministro é um problema dele e do presidente Lula. O Brasil é um país maior do que qualquer ministro, por isso o Brasil e o empresariado não vão se assustar”, disse, por exemplo, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, segundo o Globo de hoje.

O PFL estoca munição contra Palocci. “Ele negou o dinheiro de Cuba e de Angola. Mas evita se aprofundar nos problemas de Ribeirão Preto”, disse Bornhausen. “Há também os problemas do ministério. A Getch teve negócios com a Caixa, o presidente da Casa da Moeda recebeu dinheiro do Marcos Valério, o Banco do Brasil antecipou recursos à DNA. Esses órgãos são todos vinculados ao Ministério da Fazenda.”

“O ministro disse em seu depoimento que sabe tudo das questões relacionadas à campanha de Lula. Assegurou que não veio dinheiro de Cuba. Deve saber então como se formou o caixa dois. Precisa explicar”, reforçou Agripino Maia. “Precisa falar também sobre a turma de Ribeirão. A convocação dele vai ser feita. Não há dúvida”.
Informado sobre os planos da oposição, Lula mostrou-se contrariado. Acha que “certos políticos” agem sem medir as conseqüências de seus atos. Pediu a ministros com trânsito no Congresso que tentem minar a estratégia dos adversários.

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