O diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot (PR), disse, em entrevista ao Valor Econômico, que não aceita o afastamento do cargo e vai pedir que o ato seja reconsiderado. “O ministro me ligou e disse que a presidente Dilma exigiu que ele tomasse uma providência, mas não me falou de afastamento. Não é assim que se tira uma pessoa, sem provas, nada. Vou procurar o ministro. Estou sendo injustiçado e constrangido. Vou manifestar que não aceito nem a acusação nem o afastamento para investigação. Fazer isso comigo é um absurdo”, declarou ao jornal.
Já no blog do jornalista Ricardo Noblat há a informação de que Pagot fez um breve desabafo sobre sua situação a parlamentares do Partido da República (PR) e o senador Blairo Maggi (PR), seu padrinho político. “Eu não aceito ser afastado. Ou a presidente me exonera ou me mantém no cargo definitivamente”. Ainda, de acordo com Noblat, Blairo teria comentado com colegas que Pagot não perdeu nem perderá o cargo.
Conforme Só Notícias já informou, a decisão de afastar Pagot foi tomada após reportagem da revista Veja, desta semana, que aponta suposta cobrança de propina por integrantes do PR para liberar contratos e viciar licitações. Em 24 de junho, segundo a revista, a presidente Dilma Rousseff teve encontro com a cúpula do Ministério dos Transportes, na qual criticou o aumento do orçamento de obras viárias.
Além de Pagot foram afastados o presidente da estatal Valec, José Francisco, o “Juquinha”, o chefe de gabinete do ministro, Mauro Barbosa, e o assessor do Ministério dos Transportes, Luiz Tito. Em nota, Nascimento confirmou o afastamento dos citados, mas negou qualquer tipo de irregularidade. Pagot negou a participação em esquema de cobrança de propina no órgão em troca de contratos de obras. Ele classificou as informações publicadas na revista Veja como falsas e injustas. Ontem, ele se reuniu com o senador Blairo Maggi e negou todas as acusações. Disse que, se mantido seu afastamento, poderá pedir demissão.