A posse de Luiz Antônio Pagot, na presidência do Dnit – Departamento Nacional de Infra-estrutura Terrestre – só deve acontecer em junho. A previsão foi feita pelo próprio postulante, ao site 24 Horas News, ao avaliar que o Senado vem enfrentando sérios problemas com as constantes denúncias como a da Operação Navalha e está parado, sem condições de aprovar qualquer tipo de indicação. Ele, entretanto, tem a certeza de que ocupará o cargo federal e fará um trabalho revolucionário no setor rodoviário do país.
Na entrevista exclusiva, Pagot disse que espera ver a sua nomeação acontecer no mais tardar na próxima quarta-feira, mas não acredita mais que isso acontecerá nos próximos dias. “Estamos vendo o Senado passar por uma crise muito grande. São denúncias e mais denúncias. Isso faz com que a casa sofra uma paralisação e deixe de votar projetos importantes para o país e as indicações para o cargos federais. Mas acredito que o Senado voltará à ativa em breve e isso será resolvido logo”.
O homem forte do governador Blairo Maggi falou também da tentativa do ex-senador Antero Paes de Barros em tentar inviabilizar sua indicação para o Dnit. Pagot classificou a iniciativa de Antero como baixa e ridícula e garantiu que ele não vai vencer. “O bem vence o mal sempre e iremos vencer esta disputa. Ele (Antero) tentou promover um estrago grande. Mas a única coisa que conseguiu foi atrasar a nomeação. Estou em contato direto com os senadores e sei que a maioria apóia meu nome e vai aprovar a minha indicação. Antero não tem o poder que pensa que tem. Ele já era”, disse.
Luis Antônio Pagot não vê a hora de assumir o comando do Dnit e promete fazer uma revolução no setor, com uma administração ousada, competente e dando ênfase aos problemas que os Estados sofrem com a malha viária. “Conheço bem o setor de infra-estutura. Vivencio isso no dia-a-dia. Sei que para um bom e rápido escoamento de nossa safra é preciso ter estradas em boas condições de trafegabilidade. E é isso que queremos para o Brasil e é a nossa meta”, ressalta.
Mas o homem forte do governador Blairo Maggi não se restringiu a falar apenas de sua situação no Dnit. Conversou sobre outros assuntos e mostrou que está bem afinado com o governador ao revelar que dentro de 30 a 40 dias o deputado estadual Roberto França anuncia que estará retornando ao PR. Segundo ele, França é uma grande liderança política e quer apenas ter um tempo para pensar, analisar o atual momento e ver que a proposta do PR é a melhor para Mato Grosso.
O ex-secretário de Educação disse também que o PR ainda está aberto para definir quem será seu candidato à prefeitura de Cuiabá de 2008. Indagado se o partido não vai apoiar a candidatura do presidente da Assembléia Legislativa Sérgio Ricardo mandou um duro recado ao postulante. Ele (Sérgio Ricardo) precisa construir sua candidatura, mostrar que tem condições de vencer. É preciso entender que a sociedade está mais exigente e que não podemos deixar de contar com um arco de aliança”, disse ressaltando que PR conta com novas e emergentes lideranças.
Segundo Pagot, o Estado tem que ter sensibilidade para ouvir a sociedade, as necessidades, os governantes perderam a sensibilidade. O eleitor reclama da execessiva carga tributaria, dos impostos, de uma saúde, melhor, melhor educação, melhor qualidade de vida. “Portanto, não podemos sair por ai entrando em uma disputa apenas por aventura. É preciso ter os pés no chão. Ter propostas”, avalia
Sobre segurança, Luis Antônio Pagot disse que Mato Grosso é um estado de oportunidades, diferentemente do que acontece no Rio de Janeiro. Mas enfatiza que é preciso rever muitas questões, como a logística e educação, fatores considerados essenciais para se diminuir a violência.
Para Pagot, Mato Grosso por ser um estado eminentemente agropecuário precisa pensar sempre no escoamento de seus produtos. Por isso acredita que a ferrovia precisa chegar logo a Cuiabá e seguir em direção da Diamantino, ficando mais próxima da região onde se concentra a maior produção de grãos do Estado. Mas para ele apenas a chegada dos trilhos não será suficiente para resolver o problema. Defende também a criação da hidrovia Paraguai-Paraná. “A hidrovia tem de sair do papel para virar uma realidade. Os projetos precisam andar com mais rapidez. O estado precisa estar em consonância com a sociedade”, ensina.
Luiz Antônio Pagot ficou quatro meses a frente da Secretaria de Educação e acredita que fez um bom trabalho neste período. “É lógico que queria fazer mais. Se estivesse lá neste momento, a Educação estaria iniciando uma revolução, com a instalação de grandes projetos. Tudo que foi feito foi apenas emergencial. Hoje Mato Grosso tem 647 escolas estaduais, 22 mil professores, e 515 mil alunos, e era uma caminho positivo. Mas agora tenho de pensar no Dnit”, completou.