O ex-secretário executivo do Ministério da Agricultura Milton Ortolan e o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit) Luiz Antônio Pagot terão que dar explicações à Comissão de Ética Pública da Presidência da República sobre as denúncias de corrupção nos dois órgãos.
De acordo com o presidente da comissão, Sepúlveda Pertence, apesar deles terem deixado os cargos, ouvi-los poderá ajudar na apuração de responsabilidades de outros agentes públicos, inclusive o ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento. “Se vierem coisas objetivas contra o ex-ministro dos Transportes, ele pode sofrer processo, mesmo não estando mais no cargo”, disse.
Sobre o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, Pertence foi mais cauteloso. “Por hora, a comissão decidiu não pedir nada em relação a ele”, declarou. “Primeiramente, decidimos ouvir o senhor Ortolan. A partir daí, poderemos ouvir outras autoridades”, explicou.
O depoimento de Pagot, na avaliação da comissão, poderá ser importante porque ele é considerado suspeito de ser o centro do esquema de superfaturamento das obras. “Estamos pedindo essa ação contra o ex-diretor-geral do Dnit, que é o centro das acusações. A partir do depoimento dele poderão surgir elementos para investigações preliminares contra outras pessoas, inclusive o ex-ministro Alfredo Nascimento”.
Pertence também disse que caso Pagot descumpra o chamado “período de quarentena”, ele pode ser punido eticamente. “É por isso que estamos pedindo informações a ele sobre a veracidade dessas declarações. A lei o submete à quarentena”, declarou.
A comissão também pediu à Controladoria-Geral da União (CGU) informações sobre as denúncias no Ministério dos Transportes.