“A democracia não se constrói com ameaças ou coisas do gênero”. A afirmação foi feita pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso, Francisco Faiad, ao comentar o episódio envolvendo o coordenador do Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral (MCCE), Antônio Cavalcante Filho, o “Ceará”, e um suposto correligionário da família Campos, nesta terça-feira pela manhã. Para ele, a ameaça de morte contra “Ceará” não pode ser entendida como um fato isolado ou manifestação de cabo eleitoral. “A ameaça tem extensão a todas as entidades que formam esse movimento de luta, combativo e, acima de tudo, representativo” – disse Faiad.
Ele anunciou que vai pedir às autoridades policiais e ao Ministério Público para que sejam adotadas providências, com fortes repercussões, sobre esse episódio, “sob pena de, daqui a pouco, aqueles que insistem em sufocar os princípios democráticos para se manter ou buscar o poder, ajam da mesma forma, sob o manto da impunidade”. Para Faiad, trata-se de mais um caso emblemático e que “uma devida punição fará com que outros pensem duas vezes antes de tentar intimidar a luta pela construção do estado democrático de direito”.
Faiad reafirmou os propósitos e apoio da OAB ao MCCE. Disse que toda a classe dos advogados deverá estar embuida, nestas eleições de contribuir ao máximo para ajudar a por fim a corrupção eleitoral, apontada como o maior problema para a construção da justiça social no Brasil. “É pela corrupção eleitoral que ocorrem os superfaturamento de obras e desvios de recursos que deveriam estar servindo aos interesses do público e da igualdade social” – destacou.