Ao decretar as prisões na operação Hygeia, o juiz federal Julier Sebastião da Silva determinou o bloqueio de recursos federais aos municípios de Tangará da Serra, Santo Antônio do Leverger, Cáceres, Pontes e Lacerda (todos em Mato Grosso) e Timóteo (Minas Gerais). O mesmo vale para as Oscips Creatio e Idheas e as empresas Engessan, Saneng e Consman, de propriedade de Waldemir Padilha, irmão do ex-petista Valdebran Padilha.
De acordo com decisão que A Gazeta teve acesso, o magistrado também determinou a indisponibilidade dos bens dos acusados no valor de R$ 51 milhões, mas indeferiu o pedido de sequestro de bens das prefeituras de Cáceres, Pontes e Lacerda e Timóteo.
O advogado Ulisses Rabaneda, que defende Carlos Miranda, Rafael Bastos e José Luiz Bezerra, deve recorrer hoje com um pedido de revogação da prisão temporária ou um pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Federal (TRF). Ele nega qualquer relação dos clientes com o esquema. O advogado Daniel Padilha, que defende Valdebran e Waldemir, também segue na mesma linha. O advogado Sebastião Monteiro, que defende o ex-prefeito Faustino Dias Neto e Odil Nascimento, critica procedimentos da Polícia Federal, mas os delegados negam qualquer desrespeito à Constituição ou ao Código de Processo Penal.
Complicação – A fiscal de contratos da Funasa, Gleida Marisa, admitiu ontem em depoimento à PF fragilidade no controle da instituição e que assinava documentos sem saber o teor apenas por determinações de chefes. Interceptações telefônicas obtidas por A Gazeta mostram também intimidade entre Valdebran e Carlos Miranda. No diálogo do dia 18 de fevereiro do ano passado, às 12h10, o ex-petista recebe uma ligação do dirigente do PMDB que reclama da atuação de Valdebran alegando que teria atrapalhado liberação de recursos da Funasa.