A Polícia Civil de São Félix do Araguaia deflagrou, hoje, a Operação Improbos, com quadro mandados de prisões preventivas e quatro de buscas e apreensões com foco na desarticulação um esquema de desvio de verbas públicas e corrupção dentro prefeitura. As ordens judiciais foram cumpridas nas residências dos investigados e setores administrativos do local de trabalho, com o objetivo de coletar provas que confirmem as atividades ilícitas. Houve bloqueios judiciais de contas bancárias dos investigados.
Segundo a polícia, as investigações apontaram o esquema que envolvia três servidores municipais, que desempenhavam funções estratégicas, sendo que cada um tinha papel bem definido no desvio dos recursos. O quarto investigado, que também é servidor da prefeitura, está preso por envolvimento em crime de tráfico de drogas e teve nova prisão preventiva decretada, informou a polícia.
Foram apreendidos hoje documentos, dispositivos eletrônicos e registros contábeis, que serão periciados para comprovar a dinâmica do esquema e identificar outros possíveis participantes. A polícia informou também que o montante dos valores desviados serão apurados após o resultado da quebra do sigilo bancário e relatório de investigação.
O delegado Ivan Albuquerque Soares, coordena a investigação que identificou um dos investigados como principal articulador e centralizador do dinheiro desviado, utilizava sua posição privilegiada como responsável pelo controle financeiro para facilitar o repasse dos recursos para credores selecionados, garantindo que os pagamentos ilícitos fossem efetuados sem levantar suspeitas. Além disso, ele intermediava o pagamento de créditos de forma irregular, cobrando comissões em troca da liberação dos valores.
O segundo suspeito recebia dinheiro desviado e distribuia entre os demais. Sua função era ocultar a origem dos recursos e assegurar que as quantias fossem repassadas conforme as orientações do articulador, garantindo que todos os elos do esquema fossem remunerados de acordo com suas participações.
O terceiro utilizava um conjunto de empresas de fachada para simular a prestação de serviços e a venda de materiais para a prefeitura. Essas empresas, registradas em nome de terceiros ou laranjas, emitiam notas fiscais fictícias e formalizavam contratos fraudulentos para justificar o recebimento dos valores desviados. Dessa forma, o grupo conseguia dar uma aparência de legalidade às transações ilícitas.
Outra prática adotada pelo grupo era a facilitação de pagamento a credores que tinham dificuldades para receber seus empenhos junto ao município, informou a polícia, que acrescentou. “Os investigados, valendo-se de suas funções, cobravam comissões indevidas para acelerar a liberação dos pagamentos, utilizando sua influência dentro da prefeitura para garantir que os recursos fossem repassados a esses credores mediante uma taxa de retorno”.
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