Conduzida pela Polícia Federal, a Operação Ararath já conta com 17 acordos de delação premiada. A revelação foi feita pela procuradora da república Vanessa Zago Sacarmagnan, responsável pelas investigações. O primeiro colaborador surgiu em 2014: o empresário Gércio Marcelino Mendonça Junior, o Júnior Mendonça, que devolveu cerca de R$ 12 milhões aos cofres públicos. Por meio das empresas Globo Fomento Mercantil Ltda e Comercial Amazônia Petróleo ele realizava operações financeiras clandestinas para políticos.
A delação de Júnior Mendonça é que permitiu a Ararath chegar a nomes como o do então governador Silval Barbosa e do hoje ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), além do ex-presidente da Assembleia Legislativa José Riva, todos alvos da quinta fase da operação, deflagrada em maio de 2014.
Nessa época, foram presos o ex-secretário Eder Moraes e Riva. Silval também foi detido, mas pelo porte ilegal de uma arma de fogo encontrada durante cumprimento de mandado de busca em sua casa.
O próprio ex-governador e sua família – Antônio Barbosa (irmão), Roseli Barbosa (esposa), Rodrigo Barbosa (filho) – acabaram firmando acordo de colaboração no ano passado. O seu chefe de gabinete, Sílvio Corrêa Araújo, e o ex-secretário Pedro Nadaf também acabaram colaborando.
Da delação de Silval, se resultou a 12ª fase da Ararath, denominada Malebolge. Nessa etapa, houve o afastamento dos conselheiros do TCE – José Carlos Novelli, Antônio Joaquim, Waldir Teis, Valter Albano e Sérgio Ricardo – acusados de cobrar propina.
Também foi revelado que vários deputados estaduais receberam dinheiro em forma de “mesada” para apoiar o governo na Assembleia. A denúncia conta com vídeos da distribuiçao dos valores.
Outros 2 empresários também firmaram acordo de delaçao: Marilena Aparecida Ribeiro, do ramo de construçao e combustíveis, e José Geraldo de Sabóia Campos, da Sabóia Campos Construções Ltda.
Existem ainda 8 delatores sob sigilo e outros continuam buscando o MPF.