O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e a ONG Movimento Organizado Pela Moralidade Pública e Cidadania (Moral) vão pedir à Câmara de Cuiabá a cassação do mandato do vereador cuiabano Ralf Leite (PRTB), flagrado na madrugada de sexta-feira (06) mantendo relação sexual com um travesti menor de idade.
De acordo com Gilmar Brunetto, o Gauchinho, um dos coordenadores do MCCE, o pedido vai ser feito provavelmente nesta semana e será fundamentado na falta de decoro parlamentar. Logo após a divulgação do escândalo envolvendo o caso Ralf Leite, as ONGs solicitaram audiência com o presidente da Câmara, Deucimar Silva (PP), para tratar do assunto.
“Vamos cobrar uma posição séria da Câmara porque a imagem da Casa não pode ser afetada. Além do mais, a atual Mesa Diretora tem que provar que o discurso de transparência e ética não vai ficar apenas no falatório”, afirma Gauchinho.
Na sexta-feira, Deucimar divulgou uma nota à imprensa na qual diz que as normas da Lei Orgânica do Município e do Regimento Interno da Câmara serão respeitados “com serenidade e sem precipitações”.
Mesmo Deucimar não se aprofundando no assunto, a declaração preocupou aliados de Ralf Leite, já que o inciso 2º do artigo 20 da Lei Orgânica e o artigo 90 do Regimento preveem a perda de mandato em caso de “comportamento incompatível com o decoro parlamentar ou atentatório às instituições vigentes”.
Finanças – No encontro com Deucimar, as ONGs vão pedir também acesso aos documentos da movimentação financeira da Câmara em 2007, primeiro do mandato que teve Lutero Ponce (PMDB) como presidente. As entidades chegaram recorrer à Justiça para receber a papelada e até hoje não se dizem satisfeitas.
A Câmara tenta recuperar a imagem desgastada pelos escândalos. O auge da crise aconteceu com a decisão do Ministério Público em denunciar formalmente a ex-presidente da Casa, deputada Chica Nunes (PSDB), por apropriação do dinheiro público.