O Governo de Mato Grosso novamente vai ser sacudido com dados oficiais de desmatamento e outros crimes ambientais. Após a divulgação de que Mato Grosso liderava o desmatamento nos meses de março e abril deste ano, feitas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) através do Sistema Deter, que não obtém 100% de confiabilidade, agora é a vez do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
O Imazon é uma ONG que realiza trabalhos de monitoramento da Amazônia Legal por satélite. Ontem, a entidade divulgou os dados do desmatamento e da degradação da Amazônia, referente ao mês de maio de 2011, onde foram detectados 165 km quadrados de florestas desmatadas no mês, um aumento de 72% se comparado com o mesmo mês do ano passado.
Quando da divulgação dos dados do INPE, um gabinete de crises foi montado pelo Ministério do Meio Ambiente e diversas operações que utilizaram o Exército brasileiro, as Polícias Federal e Rodoviária Federal, Polícia Militar, Ibama para conter a crise de credibilidade que afetou a imagem do país, principalmente perante a Comunidade Européia, uma das maiores consumidoras dos produtos brasileiros, mas que faz restrição a produtos vindos de áreas de desmate, queimadas ou que se utiliza do trabalho análogo à escravidão.
Do total desmatado, 39% ocorreram no Pará, seguido por Mato Grosso (25%) e Rondônia (21%). O restante ocorreu no Amazonas (12%), Tocantins (2,5%) e Acre (0,1%). O desmatamento acumulado no período de agosto de 2010 a maio de 2011, correspondendo aos dez primeiros meses do calendário atual de desmatamento, totalizou 1.435 quilômetros quadrados. Houve um aumento de 24% em relação ao período anterior (agosto de 2009 a maio de 2010) quando o desmatamento somou 1.161 quilômetros quadrados.
As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 248 quilômetros quadrados em maio de 2011. Desse total, 42% em Mato Grosso, seguido pelo Pará (27%), Rondônia (22%), Amazonas (7%), Tocantins (1,5%), e Acre (0,5%).
A degradação florestal acumulada no período de agosto de 2010 a maio de 2011 totalizou 6.081 quilômetros quadrados. Em relação ao período anterior houve aumento expressivo (363%), quando a degradação florestal somou 1.312 quilômetros quadrados.
Em maio de 2011, o desmatamento detectado pelo SAD comprometeu 2,8 milhões de toneladas de CO2 equivalente, o que representa um aumento de 55,6% em relação a maio de 2010. No acumulado do período (agosto 2010 -maio 2011) o desmatamento comprometeu 83,9 milhões de toneladas de C02 equivalentes e representou um aumento de 10% em relação ao período anterior (agosto de 2009 a maio de 2010).