O novo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, disse que vai começar sua gestão fazendo "ajustes" na pasta, o que inclui a troca de nomes do comando de órgãos ligados ao ministério e mudanças na forma de contratação de projetos para evitar irregularidades.
"Fazer ajustes significa tomar todas as atitudes que sejam necessárias e isso envolve troca de pessoas e modificações em processos", afirmou hoje (12), em entrevista coletiva.
No entanto, Passos disse que a indicação de novos nomes ainda depende de conversa com a presidenta Dilma Rousseff. O ministro evitou se posicionar sobre a permanência do diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, afastado após denúncias de corrupção em contratos do órgão.
"No momento ele [Pagot] está de férias. Ainda não conversei com a presidenta para avaliar qual sua decisão sobre a direção geral do Dnit". Segundo Passos, Pagot é um "profissional responsável e dedicado" às tarefas do Dnit. "Não tenho nenhum registro que possa depor contra ele", acrescentou.
Filado ao PR, partido que está no comando do Ministério dos Transportes desde 2003, Passos disse que tem bom trânsito com parlamentares e pretende "prestigiar e ser prestigiado pelo partido", mas que essa aproximação não impede que sua gestão tenha caráter técnico.
"É preciso não confundir a gestão administrativa de uma pasta com relações políticas. Eu não misturo as duas coisas. Vamos trabalhar escolhendo pessoas certas nos lugares certos, que tenham competência, experiência e honorabilidade", listou. "Não tenho compromisso com erros. Meu compromisso é com um trabalho honesto, competente".
Em relação aos processos de gestão, Passos adiantou que pretende fazer mudanças nas contratações de obras de transportes, com a licitação a partir de projetos executivos e não mais com base nos projetos básicos, como ocorre atualmente. Os projetos executivos são mais detalhados, inclusive em relação ao orçamento das obras. "Queremos licitar projetos detalhados e de boa qualidade, que poderão ser executados sem surpresas", disse o ministro. Outra mudança poderá ser a adoção do modelo de contratação por empreitada global, que reduz a necessidade de contratos aditivos ao longo da obra.
Passos considera as recentes denúncias de corrupção envolvendo o ministério situações "tópicas e pontuais" e disse que a pasta tem estreitado relações com os órgãos de controle e fiscalização e que, nos últimos anos, caiu o número de projetos com indícios de irregularidades graves. "É natural que os órgãos de controle encontrem irregularidades, o importante é que se atue para corrigir as causas que provocam falhas nos projetos executados. Vamos trabalhar num aprimoramento voltado para os instrumentos de fiscalização e controle, mudar rotinas e a definição de responsabilidades".
O novo ministro disse que tem boa relação com Dilma Rousseff, que conhece o estilo "direto e objetivo" da presidenta, e reconheceu que comandar a pasta será uma tarefa árdua. "Sei que tenho um desafio e uma tarefa árdua, uma missão desafiadora".