A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável realiza audiência pública amanhã para discutir a situação da Terra do Meio, localizada no sudoeste do Pará, e a pavimentação do BR-163, que corta a região.
Situada entre os rios Xingu e Tapajós, a Terra do Meio é uma das maiores áreas preservadas de floresta amazônica na Amazônia oriental. A região possui mais de oito milhões de hectares e abriga diversas espécies de animais como onças, jacarés, macacos e tamanduás, entre outras espécies. Os maiores estoques remanescentes de mogno estão concentrados nessa região e nas terras indígenas adjacentes.
Cerca de 20 mil pessoas distribuídas em 125 comunidades vivem na zona rural de Porto de Móz, sobrevivendo de caça, pesca, agricultura familiar, extrativismo e comércio de produtos florestais. Um grande trecho de floresta entre os municípios de Porto de Móz e Prainha, na margem esquerda do Rio Xingu, tornou-se um campo de batalha entre essas comunidades, que vivem e dependem dos recursos florestais, e empresas madeireiras que ocupam e exploram a área irregularmente.
De acordo com o Ministério do meio Ambiente, o estado do Pará é o maior produtor e exportador de madeira da Amazônia brasileira e é responsável por cerca de 1/3 do total do desmatamento em toda a Amazônia Legal. A realidade socioambiental do estado, de acordo com estudos do ministério, mostra que o desmatamento e a exploração ilegal de madeira contribuem para o desaparecimento das florestas e, conseqüentemente, o de comunidades tradicionais da região.
Foram convidados para o debate o presidente do Ibama, Marcus Barros;
a coordenadora do programa de políticas e direitos socioambientais do instituto socioambiental (ISA), Adriana Barbosa Carvalho Ramos;
o secretário-executivo do instituto de pesquisa Imazon, Paulo Barreto;
o diretor-executivo do Greenpeace, Frank Guggenheim; a assessora da Prefeitura de Novo Progresso (PA), Ana Tatiana Capeletti; o presidente da câmara de vereadores de Novo Progresso, Adércio Pitan; o coordenador de políticas públicas do World Wildlife Fund (WWF), Mauro Armelin; o presidente do comitê da BR-163 (sediado em Sorriso), Jorge Antônio Baldo e o coordenador do sindicato madeireiro do sudoeste do Pará, Luiz Carlos Tremonti.