sexta-feira, 13/dezembro/2024
PUBLICIDADE

Nortão: Unger diz que MT pode dobrar produção sem devastar

PUBLICIDADE

O ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, conheceu hoje as potencialidades de algumas das maiores cidades do Nortão, reuniu-se com empresários, lideranças do agronegócio, dirigentes de associações e líderes políticos. Ele disse que Mato Grosso tem condições de se tornar protagonista de um novo projeto que busque o desenvolvimento da Amazônia mas de forma consciente e sustentável, se optar por um caminho certo. Coordenador do Plano que prega esta metodologia, o ‘Amazônia Sustentável’ (PAS), Unger foi enfático em dizer que ao Estado campeão em produção de soja, milho, algodão e gado, estão sendo delegados dois caminhos. Um pode ser percorrido de forma fácil, buscando a ‘exclusão’ do território da Amazônia, mas outro difícil. “Mato Grosso tem condições de atuar na vanguarda deste grande projeto construção nacional”, declarou. “Sustentamos a tese que ele tem uma escolha entre caminhos fácil e difícil. O primeiro, é tentar sair da categoria da Amazônia e dizer ao Estado brasileiro basicamente que ‘vá embora, me deixe só, para que eu resolva meus problemas’. Isto é muito natural, porque Mato Grosso tem sido vítima de críticas injustas”, defendeu, referindo-se as questões ambientais.

O aumento de desmates para expansão agrícola ou retirada ilegal de madeira tem desgastado a imagem do Estado, embora há em alguns municípios ações visando regularizar os passivos ambientais para, no futuro, a produção agrícola destas cidades não enfrentar barreiras no mercado.

Na visão do estrategista do governo, deve-se optar pelo percurso difícil. “É Mato Grosso ser protagonista da construção deste novo projeto para Amazônia e para o Brasil. É muito melhor para o país e o Estado, que as suas reivindicações apareçam diante da nação não apenas como pedidos de uma área territorial, mas com uma condição de progresso em nosso projeto nacional. Esta é a nossa tese, que Mato Grosso rejeite com coragem o caminho fácil e que abrace o difícil”, acrescentou.

Unger explicou que entre os fatores que tornam o Estado capaz de atuar na vanguarda do projeto nacional, está o fato de concentrar dois importantes biomas, a ‘Amazônia de Floresta’ e o ‘Cerrado’. Frisou ainda que o ponto de partida para ambas as partes é a regularização fundiária.

Duas linhas de defesa foram sustentadas por ele, quanto a adoção de políticas públicas. “Na Amazônia com Floresta, temos que dar conteúdo prático ao desenvolvimento sustentável da floresta tropical, construindo um regime de leis que façam a floresta em pé valer mais que a derrubada e organizando os vínculos com a indústria”, expôs.
É uma forma de compensar os produtores que mantém as áreas que podem ser abertas para expansão agrícola. o governador Blairo Maggi já defendeu essa proposta nos Estados Unidos, ano passado.

Unger disse ainda, em Sinop, que “na Amazônia do Cerrado, temos o terreno privilegiado para revolucionar a agricultura brasileira. Podemos, não apenas em Mato Grosso, mas em todo Brasil, triplicar o produto agrícola e dobrar a área sob cultivo sem tocar uma única árvore, e superar o contraste nocivo entre agricultura familiar e empresarial. Para chegar lá nós precisamos combinar a pecuária intensiva com agricultura de alto valor agregado e com manejo florestal”, salientou.

Unger disse ainda que tais projetos não devem ser encarados a longo prazo, mas com ações a serem iniciadas de forma imediata. “Todas as iniciativas que debatemos com os governadores da Amazônia podem e devem iniciar já. O importante é dar o primeiro passo”, concluiu.

O governador Blairo Maggi acrescentou que a visita de Mangabeira a Mato Grosso é promissora, visto que terá condições de discutir políticas para a Amazônia com o Governo Federal, conhecendo a realidade local. “Esperamos que a viagem renda bons frutos”, acrescentou. A agenda de visitas segue até domingo.

O ministro foi cobrado no Nortão sobre redução no tempo de expedição
das licenças ambientais únicas (LAUs) para propriedades rurais legalizadas mas, na entrevista coletiva em Sinop, não quis falar sobre o assunto.

COMPARTILHE:

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

PUBLICIDADE