Sem receber até agora nem um real pelos estragos causados pelas chuvas do início deste ano, o município de Terra Nova do Norte corre risco de ficar novamente em situação caótica no auge da temporada chuvosa. O prefeito Milton Toniazzo, disse ao Só Notícias, que está preocupado e a tendência é que os problemas se repitam e de forma mais intensificada nesta temporada. “Estamos patrolando as estradas e recuperando as pontes, mas não de maneira definitiva, por falta de recursos. Chega na época das chuvas e as estruturas de madeira não aguentam”, disse ele.
No primeiro trimestre, o governo do Estado reconheceu o estado de emergência e a prefeitura esperava receber pelo menos o recurso prioritário de aproximadamente R$ 1,2 milhão para reestabelecer o cenário, ou seja, para dar condições de tráfego e fazer a recuperação paliativa das áreas mais afetadas.
O decreto foi em decorrência dos prejuízos causados pelas chuvas, que deixou estradas intrafegáveis, atoleiros e isolou comunidades. O projeto completo de recuperação, ainda aguarda o crivo da Defesa Civil, para liberação de aproximadamente R$ 15 milhões.
Esse recurso seria utilizado para a construção de várias pontes, galerias e bueiros de concreto. “Temos pontes grandes, pequenas e médias, que deverão ser feitas de concreto, como a do rio Batistão, da Coplaca e da comunidade São Francisco. Muitas comunidades ainda precisam usar desvios para não ficar totalmente isoladas”, explicou, ao Só Notícias.
No auge das chuvas, no início de março, a Defesa Civil precisou auxiliar comunidades ilhadas do município com um helicóptero. Na estrada da Coplaca, onde se encontra a maior produção agrícola do município, no assentamento Uru, expressivo centro de produtores de leite e nas linhas Paraná e Pé Frio a situação ficou crítica.
Vários bueiros foram levados pelas fortes enxurradas, deixando também a comunidade da 8ª Agrovila parcialmente isolada. O sistema de distribuição de água potável também foi danificado quando as águas do rio Esperança, que fica próximo ao sistema de captação, subiram tanto que quase encobriram as bombas. Pelo menos 14 pontes cederam ou ficaram submersas. Empresas do setor madeireiro tiveram pátios e instalações alagadas, assim como outras propriedades rurais.