O Ministério Público vai recorrer da decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso que, por meio do desembargador Donato Fortunato Ojeda, mandou soltar seis ex e atuais vereadores de Nova Bandeirantes (980 quilômetros de Cuiabá), presos extorquindo o então prefeito, Valdir Mendes Barranco (PT) em R$ 50 mil para aprovar o parecer técnicos do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que já era favorável ao administrador petista. A informação é do procurador-geral de Justiça, Paulo Prado, quando questionado a respeito do assunto e se a demora no processo poderia representar que os envolvidos ficassem sem ser julgados.
Além de terem sido presos em flagrante delito, os vereadores foram denunciados pela promotora de Alta Floresta, Fernanda Pawelec, por corrupção passiva e mesmo assim, no Natal, a prisão determinada pelo juiz Wendell Simplício da Comarca de Nova Monte Verde, 60 quilômetros de Nova Bandeirante, foi relaxada por decisão do desembargador Donato Fortuna Ojeda, que estava em plantão no Tribunal de Justiça. O magistrado não viu qualquer tipo de risco ao não andamento do processo judicial estando os acusados respondendo em liberdade.
A promotora Fernanda Pawelec havia alertado que logo após a prisão dos suspeitos, o prefeito em final de mandato começou a sofrer intimidação e ameaças, o que por si só deveria ter sido levado em consideração pela Justiça para não relaxar a prisão dos envolvidos.
O fato aconteceu no dia 15 de dezembro, sendo que dias antes a promotora pediu apoio ao promotor Célio Wilson, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que com quatro investigadores montou toda uma estrutura que filmou o crime e deu voz de prisão aos envolvidos. A prisão provocou reação de moradores na cidade que necessitou de reforço policial para resguardar a vida dos envolvidos. As imagens do crime e do flagrante foram veiculadas em rede de televisões de todo o Brasil.
Dos seis vereadores presos, dois se reelegeram: Jeremias Menezes Baiocho (PP) e Adenilson Lúcio Otenio (PMDB) e foram diplomados e empossados. Os demais, Darci Antônio Vincentin, Sandro Roberto da Silva, João Batista da Silva e Joel Machado de Azevedo não foram reeleitos.