Partido que dominou a estrutura política e gerencial de Mato Grosso, no reconhecido governo tucano de Dante Martins de Oliveira (1994/2002) por meio de obras macro e forte impulso na venda da imagem do Estado nos mercados interno e externo, o PSDB, depois de amargar resultados ruins nos últimos pleitos, está no centro de uma articulação para quebrar paradigmas da base sólida do bloco denominado de “situação”. No centro dos planos está o ex-prefeito Wilson Santos (PSDB), que arregimenta reforço para sustentação das ações regionalizadas para fortalecimento do projeto tucano para 2014, tendo ele foco na Baixada Cuiabana. Reuniões serão deflagradas em todo o Estado com objetivo de reavivar os ideais partidários.
O mapa pré-elaborado e que antecipará os trabalhos eleitorais prevê, desde já, formatação de chapas para a disputa proporcional a cargos eletivos à Assembleia Legislativa e à Câmara Federal. O PSDB, extraoficialmente, deu a largada para avaliações sobre possível aliança com o PDT. E vê com bons olhos a chance de uma parceria política tendo o senador Pedro Taques no topo da chapa majoritária, desde que alinhavadas as metas de planejamento do PSDB. São entendimentos embrionários, mas que poderão evoluir ainda em 2013.
Wilson Santos, um dos principais líderes do PSDB, se sobrepôs à fase de recomposição particular a respeito dos efeitos causados pela derrota nas eleições de 2010, quando disputou o comando do Estado. Ele é uma das apostas do PSDB para conquistar o retorno à cadeira de deputado estadual. O ex-gestor, que garantiu a reeleição no pleito de 2008, em um embate à época com o atual prefeito da capital, Mauro Mendes (PSB), assume, junto com a legenda, o desafio de contornar os resquícios negativos do embate eleitoral passado, além de superar críticas sobre sua administração.
Nesse emaranhado de movimentações do tabuleiro tucano, as peças ganham projeção no interior do Estado, onde pesquisas prévias de consumo interno destacam um campo positivo para o ex-prefeito. Por isso, os holofotes de Wilson Santos se voltam para a Baixada Cuiabana, que poderá arregimentar mais apoio, caso consiga vencer os iminentes obstáculos.
Wilson Santos é, sem dúvida, dono de um currículo vasto no centro da doutrina política, passando pela Câmara de Cuiabá (PMDB/1988); Assembleia Legislativa (PDT/1990/1994); Câmara dos Deputados (PMDB/1998 reeleito pelo PSDB em 2002); prefeito (2004/ reeleito 2008). Ele esbarrou no erro de ter deixado a gestão municipal para se lançar na corrida ao governo, como ele faz questão de frisar à imprensa. Em 2008, no ápice da reeleição, havia prometido não abandonar a máquina pública.
Hoje, dividindo seu tempo na área da consultoria política e de gestão pública, ministrando palestras que expõem seu conhecimento profundo da história e da educação, além de comentarista da rádio Mega FM, Wilson Santos planeja com esmero as bandeiras que defenderá nas próximas eleições.
“O primeiro viés é a ética. A ética, a educação que é minha paixão, sou professor. Tive o privilégio de fazer uma evolução silenciosa na educação em Cuiabá. E a educação do Estado é um caos, é uma crueldade o que o Estado faz com os filhos dos trabalhadores. É um crime o que se faz. Vou atuar também para que o novo modelo de gestão do Estado diversifique a economia estadual, principalmente priorizando setores como o do turismo, a industrialização do Estado, quem sabe atrair para o Estado uma indústria tecnológica como os americanos fizeram no Vale do Silício, com a experiência que já se tem em nível nacional. Quero também trabalhar especialmente na agricultura familiar e orgânica. Precisamos levantar a agricultura orgânica do Estado”, disse o tucano ao antecipar o tom crítico que norteará seu discurso eleitoral de oposição.