O coordenador da bancada de Mato Grosso, deputado Neri Geller (PP), ex-ministro da Agricultura, deve compor a comissão da Câmara dos Deputados, chefiada pelo presidente Rodrigo Maia, que vai se reunir com o parlamento europeu e buscará evitar retaliações a exportação de soja, milho, arroz, carne e demais produtos devido a polêmica sobre as queimadas nos Estados da Amazônia. “Essa agenda no Parlamento Europeu busca mostrar que o setor produtivo avança rigorosamente dentro da lei. Nas regiões produtoras é praticamente incêndio zero. Basta olharmos a região de Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop onde tem produção não tem queimada. A seca é avassaladora neste período e esse ano é mais forte”, expôs. “Tem casos isolados mas que é muito pouco diante da imensidade que produzimos em alimentos dentro de legislação ambiental e econômica sustentável”, acrescentou.
“É benéfico baixar a temperatura com a comunidade internacional”, disse Neri, após os ataques do presidente da França, Emmanuel Macron, e a dura reação do presidente Jair Bolsonaro. “Defendemos o rigor da lei. Quem faz desmate dentro da ilegalidade deve ser punido e quem está dentro da lei precisa ser preservado. É isso que pretendemos mostrar. E é importar manter os avanços que conseguimos nos últimos anos, as parcerias com as comunidades internacionais e que podem ser aceleradas nos próximos anos”. “É preciso restabelecer o diálogo”, disse Geller que enquanto ministro teve dezenas de encontros com líderes de países europeus e asiáticos que impõem rigorosas exigências para comprar produtos brasileiros.
O governador Mauro Mendes (DEM) manifestou, mês passado, durante encontro de governadores com o presidente Jair Bolsonaro, que fosse aperfeiçoada a comunicação do Brasil com o exterior para “não perdermos essa guerra” e também considerou que se houver boicotes a compra de soja, milho, carne e outros produtos por parte de clientes no exterior será extremamente ruim para Mato Grosso, que tem sido um dos principais exportadores de commodities agrícolas cujo desempenho tem sido “muito importante” para a balança comercial brasileira.