As declarações foram feitas, esta tarde, pelo ex-secretário de Estado de Indústria e Comércio, Pedro Nadaf, durante depoimento à juíza 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane de Arruda. Nadaf revelou que o empresário João Rosa apresentou uma proposta de geração de empregos e que resultou na assinatura de um protocolo de intenções com o Estado.
Em relação ao crédito de R$ 2,5 milhões alegado por João Rosa, Nadaf diz que nunca conseguiu encontrar esse saldo e que Rosa teria um caixa dois em sua empresa para realizar determinados tipos de pagamentos. Ele também alegou que o empresário o procurou pedindo para ser incluso na concessão de incentivos, pois estaria abrindo novas lojas.
Nadaf disse que em 2014 iria sair do governo e iria trabalhar com consultorias na empresa do delator. Ele lembrou que João Batista queria entrar com o produto dele no Mercosul. “Em março, eu tive um problema de relacionamento com Geiziane e nos separamos. Eu procurei o João e disse que iria morar em São Paulo”, disse ele, lembrando que rescindiu o contrato em abril do mesmo ano.
O ex-secretário disse que foi procurado por Rosa após o atual governo apontar que ele iria perder os incentivos fiscais. Ele afirmou que encontrou o empresário nervoso por estar perdendo os incentivos. Por serviços de consultoria, teria recebido dinheiro do empresário sem nota.
Nadaf nega que tenha cobrado dinheiro para pagamento de dívida de campanha. Ele também confirmou que recebeu cheques do empresário
Nadaf diz que não tinha poder para incluir ou excluir empresas na concessão de incentivos. Isso era responsabilidade do Conselho Estadual de Desenvolvimento Estadual (Cedem). Ele também disse que os pareceres eram assinados pelo coordenador do Prodeic, que já estava no cargo quando foi nomeado para a secretaria. Ele também não soube dizer o porquê dos pareceres assinados com data retroativa.
Ele também explicou que o tempo médio de tramitação para sair incentivo para uma empresa é relativo. No entanto, no caso de Rosa, saiu mais rápido, pois o empresário ia na secretaria muitas vezes. Ele afirma que o empresário ia lá entregar documentos e passava em seu gabinete para dar um “oi”.
(Atualizada às 18h20)