Títulos de Cidade Industrial, Campeão Mato-grossense de Futebol, além da condição política capaz de desequilibrar o cenário eleitoral mato-grossense, parecem distantes da realidade vivida por Várzea Grande, que completa hoje 147 anos. Da situação à oposição, todos são unânimes em reconhecer a crise enfrentada pela cidade que, como se não bastasse, está mergulhada em buracos por causa do atraso em todas as obras à realização da Copa do Mundo em Cuiabá.
Principal acesso, via aérea, e de quem vem do extremo Norte do país, o ‘portal’ da região metropolitana apresenta uma estrutura precária para quem deseja chegar a capital. Segundo maior município de Mato Grosso em população, Várzea Grande enfrenta problemas na saúde, educação, segurança pública, neste momento, principalmente, de infraestrutura.
Nos locais que não estão sendo realizadas obras de mobilidade urbana, viraram via de fuga ou de desvio para se ter acesso a Cuiabá. Com isso, a infraestrutura da cidade se encontra mais deficitária, cheia de buracos. Paralelo ao cenário desolador, o prefeito de Várzea Grande, Walace Guimarães (PMDB), aliado do governador Silval Barbosa, do mesmo partido, e da presidente Dilma Rousseff (PT), pede um pouco mais de paciência à população e se sente capaz de melhorar as condições de vida do várzea-grandense, ao longo dos quatro anos de sua gestão.
Senador da oposição, mais votado no município, e pré-candidato ao governo do Estado, Pedro Taques (PDT), afirma que enquanto parlamentar tem buscado recursos para o município. Neste aniversário da cidade, Taques pontua que deseja concretizar na cidade políticas públicas, como saúde, segurança pública, educação, entre outros. Ele defende que o município retome o título de Cidade Industrial. ‘A cidade precisa voltar ao momento histórico de Cidade Industrial’.
Ele também defendeu mais presença do Estado. E, claro, relembrou a situação em que se encontra hoje a avenida Feb, principal via de acesso da cidade. Já o prefeito, num tom ponderador, acredita que a cidade só tem a melhorar. Na última década, o município não só encolheu politicamente, quando foi ultrapassado por Rondonópolis em termos de arrecadação, como os serviços públicos se tornaram ainda mais deficitários.
O cenário eleitoral mostra ser um complicador a mais para cidade. É quase impossível lembrar do município sem falar da família Campos, que durante anos comandou o município e ainda conta com um alto potencial eleitoral na cidade.
Na eleição de 2010, quando Taques foi o mais votado na cidade com 86.130 mil votos para o Senado, o deputado que recebeu o maior número de votos foi Júlio Campos com 21.550 mil. O segundo lugar ficou com a primeira-dama da cidade, Jaqueline Guimarães. À Assembleia Legislativa, o mais votado foi então deputado Sérgio Ricardo, hoje conselheiro do TCE, seguido do próprio Walace, ex-deputado.