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Mulheres lideram tanto o eleitorado analfabeto quanto de ensino superior

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Maioria do eleitorado, as mulheres também estão à frente dos homens quando considerados os níveis de escolaridade dos eleitores por sexo divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No Brasil, há mais eleitoras com nível superior, com segundo grau e com primeiro grau completo do que eleitores. O único dado desfavorável é o fato de elas ainda serem maioria entre os analfabetos.

Dos quase 1,7 milhão de novos eleitores que se alistaram no ano passado, 1 milhão eram mulheres, segundo o TSE. Com isso, no final de 2007, o eleitorado feminino superou em 4,6 milhões o número de homens, e é maior em todas as faixas etárias. As 64,8 milhões de eleitoras representam 51,7% do total de 127,4 milhões de votantes no Brasil.

As estatísticas mostram um contraste inusitado: as regiões mais ricas e desenvolvidas concentram os piores indicadores de alfabetização para as mulheres. No Sul e no Sudeste, o número de iletradas mulheres supera, e muito, o dos homens. Dos 676,3 mil eleitores analfabetos da região Sul, 411,2 mil, ou seja, 60,8%, são mulheres. O Sudeste conta com 1,2 milhão de eleitoras iletradas contra 867 mil de homens analfabetos.

No Nordeste, que concentra cerca de 4,2 milhões de iletrados, mais da metade do contingente de todo o país, o número de analfabetas é menor, de 2,074 milhões. No Norte a situação se repete: há mais eleitores (401 mil) do que eleitoras (387 mil) sem saber ler e escrever. No Brasil, há 4,384 milhões de eleitoras analfabetas contra 3,840 milhões de eleitores.

No Sudeste, dos 2,1 milhões de eleitores com nível superior completo 1,3 são mulheres, cerca de 55%. Na região, há 1,2 milhão a mais de mulheres do que homens entre os 7,8 que possuem segundo grau completo, quase 58% do total. Percentuais semelhantes são registrados entre o eleitorado de todas as demais regiões.

Os homens lideram apenas entre os eleitores de baixa escolaridade. Eles são maioria em todas as regiões apenas entre os que conseguem ler e escrever, cerca de 10,4 milhões de eleitores, ou não conseguiram terminar o primeiro grau, situação de 22,1 milhões de eleitores.

As piores condições de alfabetização das mulheres nas regiões mais ricas coincidem com o desempenho das candidatas nas urnas nas eleições municipais nas regiões. As mulheres têm mais chances de serem eleitas vereadores e prefeitas no Norte e Nordeste no que nas demais regiões do país.

Nas eleições municipais de 2004, de acordo com pesquisa realizada com base nos dados do TSE pelo cientista político da Universidade de Brasília (UnB), Luiz Felipe Miguel, o percentual de prefeitas chegou a 10,7% no Nordeste e 10,2% no Norte. No Sul e Sudeste, o percentual de mulheres eleitas era de apenas 4,1% e 5%, respectivamente.

Os dados estatísticos do TSE podem apresentar defasagens porque a informação sobre o nível de escolaridade é dada pelo próprio eleitor por ocasião do alistamento.

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