O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que a fiscalização ambiental em torno da BR-163, entre Guarantã do Norte e Santarem (PA), que está sendo pavimentada, vai aumentar para conter ações de desmatamentos ilegais. A preocupação é que o asfaltamento está atraindo mais moradores e aumentando atividades agrícola e pecuária que causam, consequentemente, abertura de áreas – muitas delas de forma ilegal. “Desde a licença prévia da BR-163, em 2005, até hoje, triplicou o desmatamento da região, e isso antes do asfalto”, declarou o ministro, em entrevista ao Jornal Nacional, nesta sexta-feira à noite. Os dados de área desmatada não foram apresentados. Minc afirmou que “a única possibilidade de defender o bioma amazônico é instalar a legalidade ambiental com planejamento. O que pode fazer, como e onde”.
A preocupação é que a quantidade de habitantes na região vai aumentar muito a medida que o asfaltamento for avançando, pois proporcionará o escoamento da produção agrícola, pecuária e madeira ao mercado externo via porto de Santarém, gerando economia considerável para o setor produtivo que deve ampliar a producão e, consequentemente, a geração de empregos. Hoje, área de influência da BR-163, que inclui 37 município de Mato Grosso, 28 do Pará e 6 do Amazonas cresça dos atuais 2 milhões 100 mil para 2 milhões e 900 mil pessoas a curto prazo.
Mas o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse que não é preciso derrubar mais áreas para ampliar a produção pecuária em Mato Grosso e Pará. “Não faz nenhum sentido para pecuária se derrubar um hectare a mais. E para a área de produção de grãos, nós não precisamos avançar o bioma amazônico, ao contrário, ele nem é adequado”, afirmou, em entrevista a Rede Globo.
O DNIT prevê, para este ano, fazer cerca de 250 km dos 900 que precisam ser asfaltados entre Guarantã e Santarém.
(Atualizada às 08:59h)