O Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso realizou, esta manhã, inspeção nas obras de construção do novo estádio Verdão que sediará jogos da Copa do Mundo de 2014, em Cuiabá. Durante a vistoria, o órgão constatou algumas irregularidades. De acordo com assessoria de imprensa do órgão, a equipe de fiscalização inspecionou todos os setores da obra e encontrou na carpintaria diversos pedaços de madeira e trabalhador usando luvas rasgadas.
A equipe também encontrou dois serventes empregados de uma empresa terceirizada trabalhando com uma betoneira à combustão, com utilização de gasolina. O extintor de incêndio, além de estar com a validade vencida, estava apoiado em uma estrutura frágil e sem segurança. Na obra existem vários locais em que não há nenhuma proteção contra quedas e deslizamentos, sendo que, em alguns locais, havia uma mínima “rede” incapaz de proteger os trabalhadores. Já o concreto oriundo da estrutura do estádio anterior é triturado em uma máquina importada. Essa máquina separa a madeira, o concreto e o metal, através de imã, sendo que os trabalhadores, mesmo com a máquina ligada, ficam separando aquilo que a máquina não consegue, são peças maiores de madeira.
Porém, esses operadores não foram treinados para este tipo de serviço. O estacamento em hélice é realizado por trabalhadores de uma empresa terceirizada, sem a proteção adequada, principalmente quanto a perigo de soterramento já que o terreno não conta com proteções contra deslizamentos.
O MPT requereu documentos que devem se entregues pelas empresas ainda este mês. Segundo informação da procuradora do Trabalho, Virgínia Leite Henrique, no local há sério risco de ocorrer deslizamento, o que pode causar um grave acidente de trabalho. A equipe de fiscalização recomendou aos empregadores a disponibilização aos trabalhadores de uma maior quantidade de banheiros e de assentos no refeitório, a construção de abrigos para proteção, fornecer água potável e repor os equipamentos de proteção individual, entre outras providências.
A empresa responsável pela obra ainda não se manifestou sobre as irregularidades apontadas pelo Ministério Público do Trabalho.