O Ministério Público Federal (MPF) pediu nova indisponibilidade de bens dos empresários Darci e Luiz Antônio Trevisan Vedoin, além de outras 7 pessoas, entre ex-deputados e empresários do Paraná. Eles são acusados de fraudar licitações para compra de ambulância com preço superfaturado no esquema conhecido como "máfia dos sanguessugas".
O pedido consta em recurso apresentado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) pelo MPF do Paraná, já que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) negou em decisão liminar (provisória) a indisponibilidade de bens. Proprietários da empresa Planam, apontada como a principal operadora da simulação de concorrência para venda de ambulâncias com preço superfaturado, Darci e Luiz Antônio já estão com os bens indisponíveis desde 2006, quando foi deflagrada a operação pela Polícia Federal.
Além de Darci, foram acionados a esposa dele (Cleia Maria) e os filhos (Luiz Antônio e Alessandra Trevisan Vedoin), além do ex-deputado federal Íris Xavier Simões (PR-PR) e os empresários Adalberto Testa Neto, Paulo José Antônio Bastos, Antônio Sérgio de Aragão Topazio e Muriel de Rezende Camargo.
Também respondem ao pedido de indisponibilidade de bens as empresas Delta Veículos Especiais Ltda, Planan Indústria, Comércio e Representação Ltda e Unisau – Comércio e Indústria Ltda. Elas teriam simulado concorrência para superfaturar preço das ambulâncias.
Responsável pela defesa dos Vedoin, o advogado Valber Melo afirma que o pedido não tem grande efeito prático, já que os bens da família estão indisponíveis para garantir eventual ressarcimento aos cofres públicos. Ele diz ainda que as ações devem ser arquivadas, assim como já ocorreram com outros 10 processos similares.
Darci e Luiz Antônio Trevisan respondem a aproximadamente 200 processos em vários estados brasileiros, já que foi proposta uma ação civil pública para cada licitação que contou com a participação da Planam ou empresas ligadas à família Vedoin. Segundo a Polícia Federal, o esquema teria causado prejuízo de R$ 110 milhões aos cofres públicos entre 2001 e 2005.
Passados 4 anos do escândalo da "máfia dos sanguessugas", conhecida também como máfias das ambulâncias, a Justiça Federal em Mato Grosso julgou pouco mais de 40 das 285 pessoas denunciadas.