O Ministério Público Estadual apura a elaboração do relatório apresentado na Assembleia Legislativa em novembro pelo ex-presidente do Conselho Regional de Economia de Mato Grosso (Corecon), o economista Aurelino Levy Dias de Campos. O documentou dá conta de que o governo do Estado foi beneficiado com uma economia de mais de R$ 720 milhões por causa da emissão de cartas de crédito para compensar direitos trabalhistas dos agentes da Secretaria de Fazenda, em 2009, contrariando os números utilizados pelo MPE para desencadear a operação “Cartas Marcadas”, em 2011, e descarta as fraudes investigadas.
Até o momento, os economistas Availton Sobrinho, Getúlio de Paula e Juscelino Araújo já foram ouvidos. Outros depoimentos estão agendados. Ontem, Levy afirmou que os técnicos teriam sofrido pressão para desqualificar o estudo e questionou o fato de não ter sido chamado a dar esclarecimentos, tendo em vista que na época da sua elaboração, no final de 2013, era ele o presidente do Conselho.
Segundo Levy, a comissão formada por eles tinha a função apenas de homologar os cálculos feitos pelo professor Einstein de Aguiar, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). No depoimento ao MPE, os economistas disseram que não produziram o texto do relatório e que os respectivos cálculos foram por outros técnicos, coordenados por Levy.
O MPE destacou ainda o fato de que não foi encontrado no âmbito do Conselho autorização que legitime o trabalho da comissão. Fato que originou investigação dentro do próprio Conselho. Em resposta, Levy afirmou que até amanhã deve apresentar documentação comprovando a validade do estudo.
Segundo o Ministério Público, o desfalque nos cofres do Tesouro estadual pelo “ardiloso esquema” das cartas de crédito chegaria aos R$ 398 milhões.