O Ministério Público Estadual (MPE) ingressou com novo recurso para tentar reabrir o processo contra o ex-governador, hoje senador, Blairo Maggi (PR). A análise do pedido será feita pela vice-presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), desembargadora Clarice Claudino, que deverá decidir se autoriza ou não o envio do novo recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). A ação trata do suposto superfaturamento de R$ 44 milhões, ocorrido na aquisição de 705 máquinas pelo Estado, à época comandado por Blairo.
Esta é a terceira vez que o MPE tenta reabrir o processo contra Blairo. Nas outras duas tentativas, os recursos foram negados pelo TJMT, após a juíza da Vara Especializada em Ação Civil Pública e Ação Popular de Cuiabá, Célia Regina Vidotti rejeitar a ação. Ao arquivar o procedimento, a magistrada entendeu que o MPE estava tentando conseguir um novo julgamento para Blairo em matéria já decidida na Justiça Federal. Isso porque dias antes da proposição da ação civil pública, o então juiz federal Julier Sebastião da Silva havia concluído o julgamento do caso, absolvendo Blairo e o ex-secretário Eder Moraes, atualmente preso no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC).
Além das empresas envolvidas, com exceção de uma, a Extra Caminhões, Julier condenou os exsecretários de Estado Geraldo De Vitto e Vilceu Marchetti a ressarcir os cofres públicos em R$ 44 milhões, pagar multa de R$ 10 mil e suspendeu os direitos políticos dos dois por cinco anos. Menos de quatro meses após a sentença, Marchetti foi assassinado em uma fazenda na região do Pantanal. No despacho em que negou a continuidade da ação, Vidotti classificou a atitude do MPE em processar Maggi dias após a decisão de Julier como “estranha”.