O Ministério Público Eleitoral emitiu parecer pela cassação do mandato do vereador por Várzea Grande, Ademar Neves, conhecido como Ademar Jajah, e punição de perda dos direitos políticos por oito anos ao deputado estadual Ueiner Neves de Freitas, conhecido como Jajah Neves.
Ambos são irmãos, filiados ao PSDB e detém o município de Várzea Grande como principal base eleitoral. No parecer, o promotor de Justiça Luciano Freiria de Oliveira afirma concordar integralmente com a tese defendida pelo advogado Lenine Póvoas de que houve fraude eleitoral e abuso de poder econômico na campanha a vereador de Ademar Neves.
Se o pedido for julgado procedente pelo juiz Carlos José Rondon Luz, Ademar Neves, conhecido como Ademar Jajah, perde o cargo de vereador e permanecerá inelegível por oito anos.
Com relação a Jajah Neves, o mandato de deputado estadual seria preservado, mas perderia seus direitos políticos pelos próximos oito anos a partir da condenação, o que impossibilitaria uma eventual candidatura à reeleição para a Assembleia Legislativa em 2018.
O documento foi anexado, hoje, aos autos da ação de investigação judicial eleitoral que tramita na 58ª Zona Eleitoral e foi proposta pelo primeiro suplente do PSDB em Várzea Grande, Joaquim Antunes, que somou 1.112 votos na disputa eleitoral.
Esse entendimento leva em consideração que o vereador fraudou material de campanha ao se apresentar aos eleitores como Ademar Jajah, numa alusão ao irmão que é apresentador de TV e deputado estadual, Jajah Neves.
A ação de investigação sustenta que houve falsificações grosseiras nos materiais de campanha sustentados pelo jurista e agora pelo Ministério Público Eleitoral.
Uma das provas disso é que Ademar Jajah substituiu sua fotografia de candidato pela do irmão induzindo o eleitor ao erro.
A troca de imagens pôde ser facilmente percebida em santinhos espalhados no dia 2 de outubro, data da eleição, nas escolas municipais que abrigavam seções eleitorais.
O material ainda circulou nos bairros de Várzea Grande nas semanas que antecederam a votação.
Há ainda a coincidência no traje das roupas de Ademar Jajah e Jajah Neves sempre vestidos com roupas de cores amarela e vermelha, reproduzidas também em seus materiais de campanha.
Outra tese defendida pelo advogado Lenine Póvoas e encampada pelo Ministério Público Eleitoral é que não há dúvidas de que está configurado o abuso de poder econômico.
Com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), estipulou que a campanha a vereador em Várzea Grande tinha o teto de R$ 82 mil diante do novo modelo de campanha eleitoral em que é vedado expressamente a doação financeira de empresas privadas, prevalecendo apenas o financiamento público de campanha.
A campanha de Ademar Neves registrou gastos de R$ 104 mil, conforme planilha de gastos entregue a Justiça Eleitoral.
Por conta da troca de imagem nos santinhos eleitorais, o vereador eleito Ademar Neves e o suplente de deputado Jajah Neves foram multados em R$ 100 mil pela Justiça Eleitoral. Cada um deverá arcar com R$ 50 mil.