O promotor eleitoral Ari Madeira emitiu parecer favorável à impugnação do mandato do prefeito Júlio César Ladeia (PR) e do vice José Jaconias da Silva (PT), de Tangará da Serra (a 240 km de Cuiabá). Eles foram acusados de abuso de poder econômico e conduta vedada a agentes públicos pela candidata Azenate Carvalho (PMDB), que ficará com a vaga diante de uma eventual cassação.
Em parecer encaminhado nessa quinta-feira (16) ao juiz Jamilson Haddad Campos, que deverá julgar o pedido de impugnação nos próximos dias, o promotor concorda com pelo menos duas irregularidades supostamente cometidas. Na denúncia, a advogada Azenate citou oito casos.
“(…) face a parcial procedência das alegações da impugnante, ao tratar do item referente à doação/venda facilitada dos terrenos populares a familiares de baixa renda, extrapolando o conceito estrito de conduta vedada e passando a configurar abuso de poder econômico, cumpre ao Ministério Público Eleitoral oferecer parecer favorável à ação de impugnação de mandato eletivo sob conhecimento e julgamento”, afirma o promotor.
Ele afirma ainda que, durante as investigações, ficou comprovado que três servidores comissionados fizeram doações à campanha do prefeito sem que as mesmas tenham sido declaradas à Justiça Eleitoral.
Apesar de ter ficado em segundo lugar na eleição de Tangará da Serra, Azenate tem direito à vaga porque Ladeia não obteve mais da metade dos votos válidos. Ela teve 6,4 mil votos, contra 18 mil obtidos por Ladeia. A esposa do ex-prefeito Jaime Muraro, Olga Muraro (DEM), teve os votos anulados pela Justiça, já que decidiu disputar a eleição “sub judice” e não conseguiu reverter o indeferimento ao pedido de registro de sua candidatura.
Outro lado
Se for cassado, Ladeia poderá recorrer contra a decisão, mas os recursos não teriam efeito suspensivo. Ao todo, 13 prefeitos de Mato Grosso tiveram problema após a eleição de outubro. O republicano não foi encontrado ontem para comentar o assunto, assim como sua assessoria. O vice Jaconias prometeu retornar as ligações para falar sobre o parecer, mas não o fez até o fechamento desta edição (por volta das 19h). Na ocasião, ele se reunia com assessores para avaliar o caso.