PUBLICIDADE

MP diz estar alerta e quer diálogo para conciliar preservação e interesses econômicos em área de preservação em Mato Grosso 

PUBLICIDADE

O Ministério Público do Estado informou, esta tarde, que “se mantém alerta” com relação às discussões e eventuais deliberações da Assembleia Legislativa com relação ao decreto legislativo que pretende sustar os efeitos do decreto 1.796, publicado em 1997, que criou a Unidade de Conservação Serra de Ricardo Franco, área de 158.620 hectares, em Vila Bela da Santíssima Trindade. O MP ressalta a importância dos espaços territoriais com características relevantes para fins de uso sustentável, restauração e recuperação do ambiente natural, para que, na forma prevista na lei 9.985/200, sejam atingidos objetivos de conservação e proteção, com o que cumpre a diretriz prevista no artigo 225 da Constituição Federal.

“Por estar localizada em região de ecótono, entre o Cerrado brasileiro e a Floresta Amazônica, bem próximo à fronteira com a Bolívia, a Unidade de Conservação abriga flora e fauna típicas de ambos os biomas, inclusive espécies em risco de extinção, muitas das quais só ocorrem naquele lugar em razão da peculiaridade do encontro do Cerrado e da Floresta”, explica o Ministério Público. Em paralelo à indispensável preservação ambiental é preciso promover a regularização fundiária no local, sendo que o MP e a secretaria de Meio Ambiente vêm encetando tratativas com a associação de proprietários para que isto ocorra e que possam ser minimizados os usos conflitantes.

“É preciso, pois que se avance na busca de outras alternativas que não seja a simples extinção da Unidade de Conservação, inclusive com análises ambientais, fundiárias e de dinâmicas de desmatamentos para eventual diminuição da área nos locais de usos consolidados, realçando-se que se aprovado um ato legislativo que simplesmente venha a extinguir a Unidade de Conservação é intuitivo que o Ministério Público questionará perante o Poder Judiciário a referida norma”, aponta o Ministério Público.

“Por outro lado, considerando-se que a Unidade de Conservação apresenta ao menos em uma fração parcial menor áreas consolidadas e produtivas, deve o parlamento estadual buscar um equilíbrio que preserve o direito ao uso da propriedade privada nos locais em que as atividades ocorrem há anos, com a preservação ambiental. Ademais, a simples manutenção da Unidade tal qual instituída, ensejaria aos proprietários o direito a indenizações milionárias a serem pagas com recursos do contribuinte mato-grossense. De toda forma, confiante no elevado bom senso político, econômico e ambiental de nossa Casa de Leis, o Ministério Público se mantém à disposição para construção conjunta de uma agenda ambiental propositiva, bem como acompanha e aguarda a discussão do referido projeto, sendo que, caso aprovado, serão analisados seus termos para definição de medidas ou estratégias na defesa do meio ambiente”, conclui.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

PUBLICIDADE