O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, Paulo Prado, denunciou formalmente a deputada estadual Chica Nunes (PSDB) por envolvimento no esquema que teria desviado R$ 6,6 milhões da Câmara Municipal de Cuiabá.
A denúncia foi oferecida na quarta-feira junto ao Tribunal de Justiça (TJ/MT) diante do foro por prerrogativa da função de deputada e segue o indiciamento da Delegacia Fazendária, que acusou a parlamentar por formação de quadrilha, peculato, falsidade ideológica, falsificação de documento público e coação de testemunha.
A ex-presidente da Câmara nos anos de 2005 e 2006 seria a articuladora do desvio de recursos públicos a partir da fraude em notas fiscais e processos licitatórios nas compras da Câmara. A denúncia será avaliada agora pelo TJ, que decidirá se instaura ou não uma ação penal contra a tucana.
Além de Chica, também foram indiciados o marido da parlamentar, Marcelo Ribeiro, e os seus irmãos Elson e Benedito Elson Nunes, que atuariam na Câmara como operadores das fraudes.
Também foram alvos do indiciamento Silas Lino de Oliveira (representante das empresas que venciam as licitações simuladas), Ana Maria de Barros (contadora), Alessandro Rondon de Brito (secretário-geral da Câmara) e Gonçalo Xavier Botelho Filho (secretário de finanças), além de outros três empresários.
O escândalo da Câmara resulta das denúncias feitas pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), a partir da constatação de compras inusitadas por parte do Legislativo, como aquisição de 2,4 mil litros de refrigerante, 228 litros de leite, entre outros.
Chica garante que as compras foram necessárias devido ao grande números de sessões itinerantes, especiais e entregas de homenagens a diversas pessoas entre os anos de 2005 e 2006.
Chica Nunes não foi encontrada ontem para comentar o assunto. Sua assessoria disse que ela estava incomunicável na zona rural. O seu advogado, Ricardo Almeida, também não foi localizado.