A reportagem publicada nesta semana pela Revista Isto É afirma que o Ministério Público Estadual (MP) está prestes a denunciar o ex-governador Silval Barbosa e outras quatro pessoas por atos de improbidade administrativa decorrentes da compra, por parte da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), da União de Ensino Superior de Diamantino (Uned). O texto lembra que a instituição de ensino foi fundada em 1999 pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e sua irmã, Maria da Conceição Mendes França.
A negociação, concretizada em setembro de 2013, de acordo com o MP, foi marcada por “práticas de ilícitos morais administrativos”. Nesta época, Gilmar já não figurava entre os sócios da Uned uma vez que transferiu sua participação para a irmã no ano de 2000, quando ingressou na Advocacia Geral da União (AGU). À reportagem, o ministro negou ter qualquer participação na transação.
Os jornalistas destacam que o MP suspeita, além de superfaturamento na transação, de outras irregularidades. O negócio teria sido realizado com recursos extra orçamentários do Estado e sem autorização da Assembleia Legislativa. “A Promotoria apontou ainda falta de planejamento do governo na hora de efetivar a compra, ao lançar luz para a ausência de estruturação do corpo docente e para as condições precárias das instalações”, pontua a reportagem.
Em depoimento prestado ao MP no ano de 2016, Maria da Conceição negou qualquer irregularidade no negócio.
A revista também lembra do episódio ocorrido em 2015, quando o ex-governador foi alvo de mandado de busca e apreensão. Silval e Mendes tiveram um diálogo telefônico interceptado com autorização judicial. “Que absurdo isso. Um abraço aí de solidariedade”, afirmou o ministro do STF na conversa.