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MP aciona sete ex-secretários estaduais e cobra bloqueio de R$ 13,2 milhões

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Redação Só Notícias (foto: divulgação/arquivo)

Sete ex-secretários de Estado, sendo três de Saúde, três adjuntos de Administração  Sistêmica e um da Casa Civil, e uma empresa prestadora de serviços médicos foram acionados pelo Ministério Público Estadual por ato de improbidade administrativa. Na ação, proposta esta semana pela 11ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa de Cuiabá, foi requerida, em caráter liminar, a indisponibilidade de bens dos envolvidos até o montante de R$ 13,2 milhões. A medida visa garantir, ao final o processo, eventual ressarcimento ao erário.

Foram acionados: o Fundo Estadual de Saúde, Eduardo Luiz Conceição Bermudes, João Batista Pereira da Silva e Luiz Antônio Vitório Soares, ex-secretários de Estado de Saúde e ex-presidentes do Fundo Estadual de Saúde; Wanderson de Jesus Nogueira, Maura Lopes de Souza  e Florinda Lafaete da Silva Ferreira Lopes, ex-secretários adjuntos de Administração Sistêmica; e José Adolpho de Lima Avelino Vieira, ex-secretário chefe da Casa Civil.

Segundo o promotor de Justiça Mauro Zaque de Jesus, a ação proposta busca assegurar a responsabilização dos requeridos pelos danos causados ao erário durante a execução de dois contratos firmados entre a Secretária de Estado de Saúde e a 20/20 Serviços Médicos e também pela não escolha de processo de licitação, além de pagamento de serviços não comprovados.

A empresa acionada pelo Ministério Público foi credenciada pelo Estado de Mato Grosso para a realização de atendimentos oftalmológicos em unidades móveis no programa Caravana da Transformação. Ao todo foram realizadas 14 edições, alcançando um custo total na ordem de R$ 69,8 milhões. As cirurgias de catarata foram o carro-chefe da caravana e a maior parte do custo foi com procedimentos oftalmológicos, no montante de R$ 48,2 milhões (de um total contratual previsto da ordem de R$ 50 milhões).

Segundo o promotor de Justiça, foram constatadas “irregularidades na definição da demanda contratada, onde os 14 mil procedimentos não possuíam base de origem da demanda no primeiro contrato e também houve superestimação de consultas e procedimentos no segundo contrato, o que ocasionou uma restrição na competição, pois exigiu uma alta capacidade econômico-financeira da empresa a ser contratada”.

Auditoria realizada pela Controladoria Geral do Estado apontou que a contratação deveria ocorrer através de licitação e não por chamamento público. Foi constatado ainda “a não utilização do Sistema de Regulação do SUS, que além de ser uma ferramenta de saúde pública para controle de demanda reprimida e geração de série histórica de demanda e atendimento, serve como mecanismo para aferição de petitório de recursos públicos, o que certamente trouxe e trará prejuízo à Saúde Pública do Estado de Mato Grosso”.

A auditoria apurou que houve aprovação de 242 mil exames, no valor de R$ 5,3 milhões, sem comprovação da realização. “Os achados da auditoria localizaram por meio da análise dos prontuários eletrônicos e planilha de produção da empresa, que foram realizados vários registros simultâneos de dois exames: mapeamento de retina e biomicroscopia de fundo de olho, sem contudo haver comprovação da necessidade de realização do primeiro exame. Logo, essa duplicidade de pagamento gerou na amostra trabalhada pela auditoria o valor de R$ 1,4 milhão em prejuízo ao erário estadual”.

O Ministério Público pleiteia ainda o pagamento de dano moral coletivo no valor de R$ 1 milhão, a ser revertido ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos. Também foi requerido ao Poder Judiciário que determine ao Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Saúde/Fundo Estadual de Saúde, que  se abstenha de empenhar, autorizar, liquidar, pagar ou repassar por qualquer meio ou fonte, recursos públicos para suprir  contrato firmado com a empresa, no valor de R$ 23,2 milhões.

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