O governo ainda divulgou prazos, mas considera fundamental alinhar o cronograma da ferrovia Lucas do Rio Verde-Miritituba (PA) à construção de terminais paraenses para facilitar principalmente o escoamento da produção mato-grossense, que lidera o ranking nacional. O posicionamento foi destacado pelo ministro da Secretaria de Portos, Helder Barbalho, ao anunciar R$ 51 bilhões em investimentos previstos para o setor portuário brasileiro, nos próximos anos.
Por meio de comunicado divulgado pela secretaria, o ministro destacou que “o objetivo é fazer com que os calendários de construção da ferrovia e dos terminais previstos para o Pará se encontrem. Assim, vamos criar uma alternativa logística para a soja, que hoje sai por Santos”. Do total de investimentos para os próximos anos, R$ 3,9 bilhões será de recursos do governo e entre R$ 47 bilhões e R$ 48 bilhões virão da iniciativa privada.
No início do mês, mais um passo foi dado para construção da ferrovia ligando Lucas do Rio Verde, que também passa por Sinop e segue Mirituba, em pouco mais de 1.140 quilômetros com previsão de R$ 9,9 bilhões em investimentos. O Ministério dos Transportes confirmou ter recebido da empresa paulista Estação da Luz Participações (EDLP), os estudos de viabilidade, mas que só devem ser apresentando em audiências públicas ainda a serem definidas.
O objetivo, com a ferrovia, é melhorar o escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste, com conexão com Porto de Miritituba, na hidrovia do Tapajós, trazendo maior competitividade. A produção estimada, para este ano, pela Companhia Nacional de Abastecimento, passa de 49 milhões de toneladas de grãos. Por isso, entidades do agronegócio, como a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), têm defendido a construção de ferrovia para escoar parte da produção de soja, milho, algodão, carne e madeira do Médio Norte.
A estimativa é que o potencial de escoamento atingiria 30 milhões de toneladas até 2020.