Ex-secretário chefe da Casa Civil de Mato Grosso, Paulo Taques, deixou o Centro de Custódia da Capital (CCC) esta noite, beneficiado pela decisão do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Mauro Campbell. O primo do governador Pedro Taques deixou a unidade prisional por volta das 20h50, entrou numa caminhonete que o aguardava e foi embora.
“Não vou falar com a imprensa não, tá. Obrigado”, disse ele ao ser questionado por jornalistas que aguardavam na porta do CCC para registrar sua saída da unidade prisional.
Ele estava preso detido o dia 27 de setembro quando foi preso na Operação Esdras, deflagrada pela Polícia Civil para cumprir mandados judiciais expedidos pelo desembargador Orlando de Almeida Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Naquela ocasião, Perri era responsável por 6 inquéritos policiais que investigavam o esquema de interceptações telefônicas clandestinas na modalidade “barriga de aluguel”, operada por um núcleo de oficiais da Polícia Militar ligados diretamente ao alto escalão do governo Pedro Taques (PSDB). Agora, os inquéritos foram remetidos ao STJ e estão sob a relatoria do ministro Mauro Campbell.
Paulo foi apontado por Perri como um dos líderes da organização criminosa que articulava um plano para gravar o desembargador escondido e tentar usar alguma frase ou informações fora do contexto para pedir seu afastamento do caso.
No decreto prisional, Orlando Perri ao detalhar as acusações destacou as provas levantadas até aquele estágio das investigações mostravam que “Paulo Taques foi quem mais se serviu do falseado Núcleo de Inteligência, cujo contexto o coloca como um dos prováveis líderes da organização criminosa”.
Foi a 2ª prisão de Paulo Taques relacionada às investigações da "grampolândia pantaneira". A 1ª preventiva foi cumprida no dia 4 de agosto deste ano, mas 7 dias depois, em 11 de agosto, ele deixou o Centro de Custódia beneficiado por um habeas corpus concedido pelo STJ.