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Ministro diz no Senado que não precisa provar nada

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"Eu não tenho que provar nada", disse o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, ao chegar ao Senado, hoje pela manhã, para falar na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) sobre as denúncias de irregularidades na pasta que comanda. Acompanhado de assessores, ele entrou na Casa exibindo tranquilidade e dizendo que só falará com a imprensa ao final.

"O ministro perdeu a autoridade política e moral para permanecer no cargo", afirmou o líder do PSDB, Alvaro Dias (PR) que, assim como a senadora Ana Amélia (PP-RS), é autor de requerimento para Carlos Lupi vir falar no Senado. Os convites para a vinda do ministro foram aprovados na CAS nesta quarta-feira (16), com o voto desenadores governistas.

Lupi vai responder às denúncias de irregularidades na sua gestão. Uma das acusações é a de que ele teria viajado ao Maranhão, em 2009, em um avião providenciado por um diretor de organizações não governamentais que possuem contratos com esse Ministério.

Em audiência na Câmara dos Deputados na semana passada, Lupi negou conhecer Adair Meira, que chefia uma rede de ONGs conveniadas ao ministério e envolvidas em irregularidades. O ministro também negou ter feito viagem em avião alugado por Meira, conforme denúncia publicada pela revista Veja. No entanto, imagens divulgadas na terça-feira (15) mostram o ministro próximo a Meira, após desembarcar de viagem feita em um avião particular, em 2009.

Para Alvaro Dias, Lupi mentiu aos deputados, o que comprovaria crime de responsabilidade. Além disso, o senador diz haver outras denúncias contra o ministro, de pagamento de propina e de utilização irregular de diárias. "Os fatos são gravíssimos. A mentira oficial é crime de responsabilidade, ofende o Parlamento, o povo e desmoraliza o ministro", afirmou Alvaro Dias.

Durante a reunião na CAS, o gabinete da Liderança do governo no Senado chegou a informar que o ministro se disporia a falar no Senado na próxima semana, mas o presidente da CAS, senador Jayme Campos (DEM), insistiu para ouvi-lo na quinta. "Na semana que vem, a Inês já será morta", argumentou o presidente da CAS, reproduzindo expressão popular anteriormente utilizada por Ana Amélia.

Mesmo lembrando que a escolha e a permanência de um ministro é prerrogativa da Presidência da República, Jayme Campos constatou que a manutenção de Lupi no cargo tem resultado em grande desgaste para o governo federal.

O requerimento convidando o ministro também foi assinado pelas senadoras Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Ana Rita (PT-ES). Do mesmo modo, Eduardo Suplicy (PT-SP) defendeu a participação do ministro na reunião na CAS, afirmando ser do próprio interesse de Lupi o esclarecimento dos fatos.

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