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Ministro diz em Sinop que ativismo judicial é um dos temas mais sensíveis que permeiam o Judiciário

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Só Notícias (foto: assessoria)

O ministro Antonio Saldanha Palheiro, do Superior Tribunal de Justiça, fez palestra para juízes estaduais de Sinop e Alta Floresta, ontem à noite, abordando ativismo judicial. “A questão do ativismo é hoje um dos temas mais sensíveis que permeiam o Judiciário. É a possibilidade do juiz, isoladamente, desbordar da letra da lei. É uma questão complexa, sofisticada, sensível”, disse o ministro.

Palheiro acrescentou que ativismo judicial só deve ser exercido pelo Supremo Tribunal Federal. “Eles é que têm poder de interpretar a Constituição e de, eventualmente, errar por último. Se cada juiz for interpretar a lei de acordo com seu próprio senso pessoal de justiça, fica desconcertado.”

O ministro do STJ Antônio Herman Benjamin também fez palestra aos magistrados. De forma virtual, ele abordou ‘a jurisprudência do STJ sobre o Desenvolvimento Econômico e a Preservação do Meio Ambiente’ manifestando que, no caso do direito ambiental não é necessária a atuação de juízes ativistas, “porque o ativismo é da lei e da Constituição. E, ao contrário de outras áreas, em que há lacunas legislativas, há antinomias legislativas, há incertezas, no caso do Direito Ambiental nós temos um texto constitucional que é muito descritivo e detalhado, e, abaixo desse texto, uma legislação que é considerada uma das melhores do mundo”.

Benjamin avalia o Brasil está numa fase de maturidade do Direito Ambiental. “É interessante notar que se eu fosse falar sobre esse tema há 10, 15 anos atrás, certamente eu não teria súmulas e repetitivos para narrar em matéria ambiental. Mas hoje o Brasil ingressa numa fase de maturidade do nosso Direito Ambiental, e não apenas uma maturidade teórica, é uma maturidade jurisprudencial também. É uma boa doutrina, é uma boa legislação, mas sobretudo uma grande maturidade jurisprudencial.”

Ele enfatizou a importância dessa questão para Mato Grosso, que colhe três safras por ano. “Isso só é possível por meio de um sistema climático absolutamente extraordinário que existe em Mato Grosso. Esse sistema climático varia pouco, mas as chuvas estão organizadas de tal forma que é possível a pujante agricultura do Estado plantar e colher três safras. Isso tem um impacto gigantesco nas exportações brasileiras e evidentemente nós queremos que essa exportações se mantenham e sejam ampliadas. Mas para isso precisamos garantir o clima e, para garantir o clima, precisamos garantir a floresta.”

O encontro em Sinop foi organizado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso, no centro de eventos Dante de Oliveira. A presidente Clarice Claudino afirmou que a iniciativa superou as expectativas, não só pelo grande público que prestigiou, mas especialmente pelo nível das palestras. “Não se ouvia uma palavra na plateia, todo mundo estava encantado, aproveitando mesmo o conhecimento transmitido. Isso é muito bom, significa que nós estamos no caminho certo, fizemos as escolhas certas das matérias e, principalmente, dos expositores. Foram palestras de altíssimo nível, que trazem proveito para os nossos magistrados, para os estudantes, para os professores, para toda a sociedade”, disse, através da assessoria.

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