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Ministro defende o agro, diz que erraria questões do ENEM e nega interferência do governo na prova

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Redação Só Notícias (foto: assessoria)

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, comentou hoje a polêmica envolvendo as três questões do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) que foram alvos de críticas pelo setor produtivo. Fávaro saiu em defesa do agronegócio e afirmou que, se tivesse feito a prova, teria errado as questões.

“O que eu posso dizer com relação a isso, e nada mais que isso, é que se eu estivesse fazendo a prova, eu iria errar umas duas ou três questões porque eu vivo e sei a qualidade de vida, eu sei o desenvolvimento que o agro é para essas regiões. Se eu tivesse respondido a prova, eu teria errado a resposta que eles consideraram certa”, afirmou o ministro, ao portal G1.

O ministro, no entanto, também defendeu os elaboradores do exame e garantiu que não há interferência do governo. “São professores renomados que fazem”, resumiu, destacando ainda que não tem a atribuição de “ser comentaria de prova de Enem”.

As perguntas que geraram insatisfação no setor produtivo apontam fatores negativos do agronegócio no Cerrado, uma nova corrida espacial financiada por bilionários, discutindo as perspectivas que ela aponta, e o avanço da cultura da soja e o desmatamento na Amazônia.

Ontem, conforme Só Notícias já informou, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso (Fecomércio-MT), “em apoio ao agro brasileiro”, também emitiu uma nota contrária a determinadas questões aplicadas no Enem. O exame foi aplicado no último domingo (5), e, segundo a entidade, algumas perguntas “demonstraram claramente viés ideológico em suas composições”.

Na segunda-feira, a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) divulgou manifesto criticando o Ministério da Educação pelas “questões ideológicas na última prova do Enem”. Para a entidade, “é um completo absurdo elaborar questões que não servem para avaliar conhecimento, mas sim para acusar, sem fundamento, toda a agropecuária nacional. Um desejo de incutir na cabeça dos jovens teorias esquerdistas totalmente desvinculadas da realidade, com textos desatualizados, comprovadamente falsos, já desmistificados por órgãos oficiais de pesquisa como Embrapa e NASA, provando que não há nenhuma alternativa correta para as questões colocadas, a não ser aquelas que os organizadores escolheram como a mais ofensiva”.

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) também emitiu nota e afirmou que a aguarda “posicionamento urgente do governo federal brasileiro sobre questões de cunho ideológico e sem critério científico ou acadêmico dispostas no Exame Nacional do Ensino Médio”.

O comunicado ainda enumera cinco pontos, além de requerer “convocação do Ministro da Educação, Camilo Santana, para audiências na Câmara dos Deputados e Senado Federal; requerimento de informação ao ministério da Educação sobre a banca organizadora do ENEM 2023 e referências bibliográficas utilizadas para a construção do exame e anulação das questões 89, 70 e 71 do ENEM 2023”, acrescentou.

Por fim, a FPA ainda cita dados oficiais como a movimentação da cadeia produtiva, superávit de empregos e a sustentabilidade brasileira.

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