O ministro da Justiça, Tarso Genro, esteve em Sinop no sábado e neste domingo. Ele não veio lançar obras, nem assinar convênio, muito menos para ato político partidário. Tarso foi ao Parque Nacional do Xingu participar do ritual indígena do Kuarup – culto aos mortos- que os índios celebram anualmente. O ministro parou em Sinop porque a pista do Xingu não comportaria o jato da PF. De Sinop, foi de helicóptero ao parque onde assistiu a cerimônia.
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Antes, concedeu entrevista ao Só Notícias e a TVCA, no aeroporto. O assunto de extrema importância para a economia da região Norte e do Estado – a pavimentação da BR-163 – foi questionada ao ministro por Só Notícias. Mesmo inserida no PAC (Programa de Aceleração e Crescimento) do governo Lula, os prazos de início da pavimentação não foram cumpridos. E muito menos Tarso Genro sabe dizer quando a pavimentação da rodovia ( do Nortão a Santarém, onde está o porto) iniciará. Genro, um dos mais influentes ministros do governo, disse que não está inteirado do assunto e evitou fazer qualquer previsão de quando a obra começará. Via Santarém será escoada a safra agrícola e madeira com economia de US$ 30/tonelada e percorrendo distância 50% menos que as rotas terrestres atuais.
Tarso Genro falou sobre a reforma política, que vem sendo discutida amplamente em Brasília. Genro explicou a importância dela e que deve ser debatida pela sociedade e partidos. “É visível que não sairá na medida que a ampla sociedade brasileira e os partidos querem. Temos que partir para um segundo ciclo de grandes negociações políticas, coordenadas pelo nosso Ministério de Relações Institucionais e os partidos para verificar quais as reformas possíveis”, declarou. “Sempre disse que a reforma não é um ato concentrado no tempo, mas um processo, e tem que haver grande compartilhamento da sociedade civil, organizações de base da sociedade, dos sindicatos, empresários”, declarou.
No sábado, Genro almoçou em Sinop e pernoitou no parque. Neste domingo, retornou, almoçou novamente em Sinop, com o presidente da Funai, Marcio Meire. Já sem a pintura dos índios do Xingu, ele retornou a Brasília.
Neste ano, mais de 10 etnias do Alto Xingu participaram do Kuarup da aldeia Iawalapiti. Durante a festa, os mortos foram representados por toras de madeiras, chamadas Kuarup, fincadas no centro da aldeia. Na madrugada de domingo, os índios cantaram e choraram, agitando o maracá (espécie de chocalho). Próximo das toras várias fogueiras foram acesas. A celebração é o último ritual da passagem, para que os espíritos encontrem um lugar confortável e seguro ao nascer do novo dia, quando o fogo é então apagado
Em 2006, na mesma aldeia, a modelo Gisele Bundchen participou do Kuarup.