O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que o Brasil não deve abrir mão, em favor da Argentina, do gás excedente que importa da Bolívia, como fez no ano passado. Segundo ele, existe uma disposição de continuar cooperando, mas há também uma grande dificuldade de renunciar a algo de que o Brasil precisa. “Se o Brasil não tivesse necessidade, claro que não faríamos isso por pirraça”, afirmou.
Segundo Amorim, a decisão ainda depende de negociação. “Como o Brasil tem necessidade deste gás agora para o seu próprio abastecimento, eu vejo muita dificuldade de a gente poder ceder dessa forma, o que não exclui que se houver uma melhora na nossa situação, ao meu ver, isso possa vir a ocorrer. Mas isso vai depender sempre de uma negociação específica”, afirma.
O compromisso de exportação da Bolívia com o Brasil é de mais de 30 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, com destino a São Paulo, e outros 2,2 milhões para a geração de energia em Cuiabá.
Amorim disse também que o Brasil estuda acordos na área de Defesa com a Argentina. Sem dar detalhes, Amorim disse que existe atualmente uma cooperação importante com os argentinos nesta área, como a criação de um veículo militar.
“A cooperação normal já é intensa com a Argentina. Há outros aspectos importantes que estão sendo discutidos em várias outras áreas, como a espacial, a social, nuclear, a energética. A idéia é aprofundar ainda mais esses vínculos com a Argentina”, informou.