O Supremo Tribunal Federal (STF) acatou o pedido da Procuradoria-Geral da República vetando a Polícia Federal de realizar uma mínima manifestação sequer sobre a quinta etapa da operação “Ararath” que prendeu o deputado estadual José Riva (PSD) e o ex-secretário de Estado de Fazenda, Eder Moraes, além de cumprir vários mandados de busca e apreensão. Membros da PF não teriam gostado da situação, que mesmo em casos sigilosos, costuma detalhar à imprensa pelo menos os dados básicos de suas operações.
De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, no pedido do procurador-geral, Rodrigo Janot (foto), ao ministro Dias Toffoli, está especificado que “todo os agentes públicos que intervenham na execução das medidas que venham a ser deferidas, incluídos os servidores policiais e os agentes políticos” sejam “ordenados a abster-se, até segunda ordem do Supremo Tribunal Federal, de toda forma de comunicação social, em especial de contatos, ainda que oficiosos ou sob condição de anonimato, com qualquer veículo de imprensa, a respeito do conteúdo, do objeto, da forma, do contexto e da execução de medidas que venham a ser deferidas em apreciação do presente requerimento e de qualquer aspecto relativo ou alusivo aos investigados no âmbito do inquérito e de qualquer outro dele desdobrados ou com ele conexo”.
Ou seja, a decisão proíbe até mesmo que os membros envolvidos no caso falem “em off”, no jargão jornalístico para informações sem que a fonte apareça. A Procuradoria disse que não comentaria o caso e o ministro não foi localizado para falar sobre esta decisão, no mínimo, polêmica e inédita.