O mato-grossense Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal, teve uma discussão dura, esta noite, com o ministro Joaquim Barbosa. O bate boca entre os dois ministros da maior corte do país foi na sessão plenária, durante julgamento de ações referentes ao pagamento de previdência a servidores do Paraná e à prerrogativa de foro privilegiado. Barbosa disse que Mendes tomou decisões incorretas sobre os dois processos analisados pela STF. Após a divergência, os ministros passaram para o bate boca e um cobrando do outro respeito. Em um determinado momento, Joaquim Barbosa, disparou. dizendo que Gilmar Mendes não estava falando com seus “capangas de Mato Grosso”.
Veja a discussão, em vídeo produzido por UOL, com imagens geradas pelo STF:
Irritado, Gilmar Mende pediu “respeito” a Barbosa. “Vossa Excelência me respeite”, afirmou. “Eu digo a mesma coisa”, respondeu o ministro. Barbosa continuo o ataque:
“Vossa Excelência está destruindo a Justiça deste país e vem agora dar lição de moral em mim. Saia à rua, ministro Gilmar. Faça o que eu faço”, afirmou.
Em resposta, Mendes disse que “está na rua”. Barbosa, por sua vez, voltou a atacar o presidente do STF. “Vossa Excelência não está na rua, está na mídia destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro.”
Sobre a discordância com o encaminhamento das ações, Barbosa disse que “é uma intervenção normal regular. A reação brutal, como sempre, veio de Vossa Excelência. Eu simplesmente chamei a atenção da Corte para as consequências dessa decisão”, afirmou Barbosa. Mas Mendes reagiu: “Não, não. Vossa Excelência disse que faltei aos fatos. Não é verdade.”
Em tom irônico, o Barbosa disse que o presidente do STF agiu com a sua tradicional “gentileza” e “lhaneza”. Mendes reagiu ao afirmar que Barbosa é quem deu “lição de lhaneza (lisura)” ao tribunal. “Vamos encerrar a sessão”, disse Mendes .
De acordo com a Folha, os ministros Carlos Ayres Britto e Marco Aurélio Mello atuaram como “bombeiros” para tentar encerrar o bate boca. “A discussão está descambando para um campo que não coaduna com a disciplina do Supremo”, disse Marco Aurélio, ao pedir o encerramento da sessão.