O ministério da Infraestrutura, em conjunto com a Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Empresa de Planejamento e Logística iniciou nesta quinta-feira o Roadshow da Ferrogrão. O objetivo dos encontros é apresentar a investidores detalhes do projeto da ferrovia, que irá ligar Sinop a Miritituba, no Pará.
As reuniões são virtuais e também têm o objetivo de receber feedback dos interessados quanto à modelagem proposta. O evento acontece até o dia 7 de agosto. Neste primeiro dia, foram mostrados aos gestores da Pátria Investimentos os detalhes do projeto que irá desafogar o escoamento de cargas rodoviário na região, que acontece, atualmente, ao longo da BR-163.
De acordo com o Ministério da Infraestrutura, a ferrovia também possui importância ambiental, já que com o início da sua operação, a emissão de CO2 será reduzida em um milhão de toneladas por ano. A assessoria da pasta informou ainda que o governo federal está comprometido em “aprovar a licença ambiental prévia do empreendimento”.
Atualmente, o projeto da Ferrogrão está sob avaliação do Tribunal de Contas da União (TCU). A ferrovia terá um trilho de 933 quilômetros, e um possível adicional de 177 quilômetros até Lucas do Rio Verde. São previstos R$ 8,4 bilhões em investimentos iniciais e R$ 13,1 bilhões em investimentos recorrentes, durante os 65 anos de concessão. A ferrovia terá capacidade de transportar 25 milhões de toneladas, logo no primeiro ano da concessão. Em 2050, a previsão é que consiga transportar 42 milhões de toneladas.
“Hoje, mais de 70% da safra mato-grossense é escoada pelos portos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR) a mais de dois mil quilômetros da origem. Esse cenário mostra a relevância do projeto dentro do sistema logístico de cargas do país, sendo um diferencial para a sua atratividade junto a potenciais investidores”, declarou, há poucos dias, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.
Sua implementação consolidará o novo corredor ferroviário de exportação do Brasil pelo Arco Norte, ligando o Norte de Mato Grosso até o porto paraense. Estão previstos, também, o ramal de Santarenzinho, entre Itaituba e Santarenzinho, no município de Rurópolis (PA), com 32 quilômetros, e o ramal de Itapacurá, com 11 quilômetros. O projeto faz frente à expansão da fronteira agrícola brasileira e à demanda por uma infraestrutura integrada de transportes de carga. O empreendimento aliviará as condições de tráfego na BR-163/PA, diminuindo o fluxo de caminhões pesados e os custos com a conservação e a manutenção.
A ANTT já aprovou o Plano de Outorga, acompanhado dos estudos técnicos e das minutas de edital e de contrato para a concessão. O ministério da Infraestrutura informou que as obras da Ferrogrão iniciarão em Sinop seguindo até o Porto de Miritituba com previsão que o leilão de concessão para a construção e operação ocorra no 1° trimestre de 2021.