A tão esperada visita do ministro do Meio Ambiente, o midiático Carlos Minc, ao estado de Mato Grosso, prevista para amanhã, só deve acontecer no próximo dia 22. Minc não estará em Cuiabá durante o segundo encontro do Fórum Governadores da Amazônia, que será realizado no Centro de Eventos do Pantanal, às 17 horas. Estão confirmadas as presenças do ministro do Planejamento Estratégico, Mangabeira Unger, do diretor do Dnit, Luiz Antônio Pagot e o deputado Sandro Mabel (relator da Comissão Especial da Reforma Tributária na Câmara Federal), além de representantes do Incra, Ibama e da Casa Civil da Presidência da República.
Unger já sentiu o tamanho do descontentamento dos produtores rurais mato-grossenses. Em visita há algumas das principais cidades produtoras do estado, acompanhado do governador Blairo Maggi, o ministro do Planejamento ouviu muitas reclamações e críticas sobre política ambiental do governo federal. Quando Minc vier realmente, sua vinda já foi cogitada por duas vezes, não vai ser diferente, e as críticas ainda devem ser mais duras, pois desde que assumiu a pasta o ministro do Meio Ambiente elegeu Mato Grosso como o maior vilão da Amazônia. Depois de algumas trocas de “farpas” com Maggi, o clima agora parece ser bem amistoso, mas dependendo do andar da carruagem o rumo das coisas pode ser outro.
Durante o evento os ministros do governo Lula devem receber a “Carta de Cuiabá”, com reivindicações que será encaminhada ao governo federal. No mesmo dia, diretores da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato) e da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT) discutem com produtores o endividamento do setor, em Rondonópolis.
Sem dinheiro para plantar a safra 2008/09 devido à restrição de crédito para áreas localizadas em território da Amazônia Legal que não possuem a Licença Única Ambiental (LAU), os produtores procuram saídas e pressionam o governo. Para conseguir o crédito rural a propriedade precisa estar com uma LAU, o problema é que a lecença tem demorado cerca de um ano para ser entregue aos produtores.
O próprio ministro admitiu a necessidade de acelerar o processo, mas por enquanto nenhuma ação deu resultado. Segundo a Famato, apenas 6% das propriedades do estado estão regularizadas. Para os produtores, nem o governo estadual nem o federal tem condições de fazer esse licenciamento. Aliado aos problemas de crédito, os altos custos de produção também assustam a classe. Por enquanto a sabatina com o ministro Minc está mesmo mais uma vez adiada. A cada dia que passa os produtores estão mais descontentes, é como uma panela de pressão, prestes a explodir.