A decisão do ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, em disputar o governo do estado pelo DEM, anunciada ontem à noite, deixou o presidente da Assembleia, Eduardo Botelho, também do DEM, numa encruzilhada. Além de presidir o Legislativo estadual, Botelho compõe a base de sustentação do governador Pedro Taques (PSDB), que será oponente de Mendes no pleito de outubro.
No entanto, para o deputado, a decisão do seu partido em nada altera os rumos da administração da Assembleia nem do apoio legislativo a Taques. “Eu continuo com a minha postura de defesa do governo aqui dentro da Assembleia dando sustentação ao governo, a menos que o governador me dispense. Fora isso, nossa relação aqui vai continuar a mesma, trabalhando tudo que for em prol da população. Nossa relação continua sendo a mesma, franca e clara como sempre fui com ele e como ele sempre foi comigo. Então, não muda nada”, declarou Botelho, esta manhã.
O deputado sabe que vai caminhar sobre uma corda bamba, mas espera deixar seu posicionamento bem claro para evitar problemas durante a campanha eleitoral. “Eu, evidentemente, vou apoiar o candidato do partido [Mauro Mendes], mas não vou fazer uma campanha de crítica contra o governador Pedro Taques. Primeiro que não é o meu estilo, segundo que vou respeitar este tempo que nos estamos juntos aqui trabalhando pelo estado. Vamos fazer uma campanha normal dentro dos padrões democráticos, sem xingamentos. Essa vai ser a minha postura”, definiu.
Depois de meses de indefinição, o DEM definiu ontem que vai lançar a candidatura de Mauro Mendes ao Palácio Paiaguás e a do ex-senador Jayme Campos ao senado. O partido busca alianças para definir o candidato a vice-governador e o outro nome para senador.