O governador Mauro Mendes se reuniu, ontem, no Egito, com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que também participa da 27ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 27), que seja aolucada pena de confisco e perda de bens a quem praticar desmatamento ilegal no país. Mauro quer endurecer as medidas de combate ao desmatamento ilegal para resultados mais efetivos. “O Brasil tem combatido o desmatamento ilegal com os mesmos instrumentos e os resultados têm sido muito longe daquilo que gostaríamos. E isso traz um prejuízo gigantesco para o nosso país, para a vida, para a nossa imagem e para a economia”, relatou.
A perda da propriedade de quem cometer o crime ambiental, de acordo com o governador, coibirá a prática. “Eu proponho uma medida forte para combater o desmatamento ilegal: perdimento da área de terra para quem fazer o desmatamento ilegal. Quem fez e ficar comprovado toma para si a responsabilidade. É game over. Se desmatar ilegalmente, aquela área, aquele CAR [Cadastro Ambiental Rural] fica perdido. Se não for área regularizada, fica decretada a perda da posse”, explicou.
Mauro acrescenta que o prejuízo causado pelo desmatamento ilegal é enorme e, portanto, a punição deve ser de igual proporção. “No combate ao tráfico de drogas, quem planta maconha ou produz cocaína e é pego, perde a posse da área. E no combate ao desmatamento ilegal não pode ser diferente, pois é um crime que causa danos ao meio ambiente, ao planeta e às pessoas”, opinou.
O presidente do Senado afirmou que está aberto a discutir essa proposta no Congresso Nacional. “Essa é uma proposta que teremos que debater no Congresso e acredito que deve estar aliada ao fortalecimento dos programas de regularização fundiária”, disse, através da assessoria.
O governador Helder Barbalho (PA), os senadores Fabiano Contarato (ES), Eliziane Gama (MA), Veneziano Vital do Rego (PA), Alexandre Giordano (SP) e Randolfe Rodrigues (AP)
Juntamente com secretários estaduais, presidentes de entidades ligadas a agricultura e pecuária e do setor ambiental de Mato Grosso, Mauro participa da COP-27, desde a última segunda-feira, com a missão de fortalecer a imagem de Mato Grosso como a região do planeta que mais produz com preservação.
Mauro já defendeu na COP reforço na campanha “desmatamento ilegal zero”, que países ricos liberem “grandes recursos e não migalhas” para fortalecer preservação e também detalhou para dirigentes de instituições, ministros e representantes de outros países as ações de proteção ambiental em Mato Grosso.
Atualmente, Mato Grosso mantém 62% de seu território inteiramente preservado, mesmo sendo o principal produtor de commodities do país. Os principais estados produtores dos outros países líderes em produção não preservam nem perto disso.
O Estado é líder na produção de soja, milho, algodão e biodiesel e carne bovina. Possui meta ousada para neutralizar as emissões de carbono até 2035, 15 anos antes da perspectiva global, por meio de um plano de ação colocado em campo desde 2019, via programa Carbono Neutro MT. Somente o que Mato Grosso já reduziu em emissões de carbono desde 2004 (3,5 gigatons) tem valor estimado de R$ 173 bilhões no mercado de carbono.
Mesmo com o aumento da produção, Mato Grosso também tem reduzido substancialmente o desmatamento. No bioma amazônico, o desmatamento foi reduzido em 85% nos últimos 20 anos,informa a secretaria estadual de Comunicação.