O governador Mauro Mendes lamentou a saída de Sergio Moro do ministério da Justiça, anunciada esta manhã, e o classificou como “um grande juiz, que contribuiu com o combate à corrupção no Brasil. Lamento sua saída e que ele não possa continuar contribuindo com o nosso país na qualidade de ministro.”
O senador Carlos Favaro (PSD), que assumiu temporariamente com a cassação de Selma Arruda, lamentou a saída de Moro. “ Como brasileiro fico profundamente triste com o pedido de demissão.
Reconheço o grande trabalho feito por ele no combate às corrupção e criminalidade. Peço a Deus que os motivos que o levaram a pedir demissão não se tornem realidade”. “A Polícia Federal precisa continuar tendo independência nos trabalhos!”, analisou.
O senador Wellington Fagundes (PL) declarou que “recebe com preocupação a saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça, pois como relator do Orçamento de Justiça e Defesa, conseguimos construir um trabalho que tem dado grandes resultados para Mato Grosso”.
Três parlamentares da bancada federal se pronunciaram. Dois deles para agradecer a participação do ex-juiz que comandou a maior parte das ações da Operação Lava Jato e uma para criticar Moro, mesmo após a saída e as acusações de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) demitiu o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, para colocar alguém que ofereça acesso às investigações.
O principal elogio a Moro veio do deputado Leonardo Albuquerque (Solidarieade), que postou foto ao lado do ex-ministro e agradeceu pelos serviços prestados. “Obrigado, Sergio Moro. Sua transparência e história em busca da Justiça é um legado para o Brasil”, escreveu.
O deputado José Medeiros (Podemos) aliado de primeira hora de Bolsonaro e que costuma atacar todos que contrariam o presidente, a exemplo do que fez com o ex-ministro da Saúde, Henrique Mandeta (DEM), não teve argumentos para criticar Moro, a quem sempre elogiou publicamente. Mesmo negando, ontem, que Moro sairia do governo e criticando a imprensa pela informação, hoje Medeiros deu o braço a torcer e agradeceu ao ex-ministro. “Prendeu o maior ladrão da história desse país e cumpriu sua missão no Governo. O Brasil lhe agradece”, limitou-se a dizer.
A deputada petista Rosa Neide se recusou a elogiar Moro, que em sua opinião usou o cargo de juiz em Curitiba para perseguir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ela postou mensagem se despedindo do agora ex-ministro. “Adeus Moro! Como juiz, perseguiu para beneficiar Bolsonaro. Como ministro, calou para beneficiar o governo Bolsonaro. O tal ‘herói nacional’ está nu”, declarou.
O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, José Antônio Borges Pereira, analisou “com muita preocupação, num momento em que enfrentamos uma grande pandemia, em uma semana tivermos a demissão do ministro da Saúde, que hoje é a área mais sensível, e agora do nosso ministro da Justiça, Sérgio Moro, seja por ele ser uma referência, e também por se tratar de um ministério que deve ter uma abordagem e uma relação de política de Estado e não de governo, exatamente por termos ali uma coordenação da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal. Principalmente da Polícia Federal, ligada ao combate ao crime organizado e aos crimes contra o sistema financeiro nacional. O ex-ministro Moro deixou bem claro que não estava tendo condições de trabalhar exatamente naquilo em que ele se tornou conhecido, ou seja, no combate ao crime organizado. Era aquilo que ele queria fazer após 22 anos atuando como juiz federal, e saiu por um dos piores motivos, ou seja, porque houve uma interferência na mudança do comando da Polícia Federal”, criticou o procurador. “Faltou ao presidente da República separar a política de governo da política de Estado. O Ministério da Justiça não pode ser contaminado por interesses pessoais ou por barreiras de grupos quanto à investigação de crimes”, acrescentou.